O novo “farejador nuclear” WC-135R da USAF. A empresa norte-americana L3 Harris, especializada em tecnologia embarcada de inteligência (C6ISR), publicou nas suas redes sociais uma notícia sobre um milhão de horas sem acidente de trabalho. A curiosidade nesta nota, é que ela veio ilustrada com a fotografia de funcionários em frente a um dos três novos WC-135R Constant Phoenix da USAF.
Em 2018, a USAF apresentou seu orçamento para o ano-fiscal 2019 (FY 2019), que incluía cerca de de US$ 208 milhões para a modificação de três a quatro aviões-tanque KC-135R Stratotanker em plataformas de missão WC-135R Constant Phoenix, popularmente apelidado como “nuke sniffer” (“farejador nuclear”). O 645th Aeronautical Systems Group, seria o responsável por gerenciar as conversões do reabastecedores em WC-135R.
Na época, a USAF operava dois antigos WC-135W, equipadas com motores Pratt & Whitney TF-33, cuja operacionalidade estava deixando baixa a disponibilidade das aeronaves. “Essas conversões são necessárias para lidar com as preocupações de viabilidade da fuselagem associadas à envelhecida frota de WC-135W. A análise determinou que era mais econômico converter as aeronaves KC-135R do que modificar as duas aeronaves WC-135W existentes”, disse o relatório.
Atualmente a USAF opera apenas um WC-135W Constant Phoenix (61-2667), depois que seu “irmão” (62-3582) foi aposentado em novembro de 2020 (veja detalhes aqui).
A maior diferença entre as fuselagens básicas do KC-135R e do WC-135W são basicamente os motores. Os KC-135R são equipados com modernos e mais potentes turbofans CFM-56, enquanto os TF-33 dos WC-135W são um projeto que entrou em produção em 1959 e que a empresa parou de fabricar em 1985.
Apelidados de “nuke sniffer” (“farejador nuclear”), essas aeronaves foram modificadas para operar missões de coletas de amostras de ar e monitorar os níveis de radiação nuclear na atmosfera, geralmente quando há previsão de testes dessas armas, acidentes atômicos, ou situações deste tipo.
Historicamente, a frota WC-135W desempenhou um papel importante no rastreamento de vestígios radioativos do desastre da usina nuclear de Chernobyl, na União Soviética. Mais recentemente, em 2017, um WC-135W foi enviada para a RAF Mildenhall para realizar missões na Europa, depois que estações de qualidade do ar em todo o continente detectaram vestígios de iodo-131 radioativo.
Atualmente, o “nuke sniffer” tem se mantido ativo na Europa, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro deste ano.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO