EUA denuncia aumento da atividade militar da China sobre Taiwan. O Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que o aumento da atividade militar chinesa em torno de Taiwan ameaça mudar o panorama e o “status quo” regional. Falando no Diálogo Shangri-La, a principal conferência de defesa da Ásia, realizada em Cingapura, Austin afirmou que Washington continuará apoiando Taiwan.
O secretário de Defesa dos EUA, criticou a China por uma “abordagem mais coercitiva e agressiva de suas reivindicações territoriais”, e disse que houve um aumento “alarmante” no número de encontros inseguros e não profissionais entre aviões e navios chineses e estrangeiros.
“Testemunhamos um aumento constante na atividade militar provocativa e desestabilizadora perto de Taiwan, e isso inclui aeronaves do Exército da China [PLA] voando perto de Taiwan em números recordes nos últimos meses e quase diariamente”, afirmou Austin.
Taiwan foi separada da China durante uma guerra civil em 1949, mas Pequim nunca reconheceu a independência da Ilha, que é designada como uma província renegada e que deve ser reunificada ao continente.
Os comentários de Austin vêm na sequência de um encontro que teve com o Ministro da Defesa chinês, General Wei Fenghe, onde conversaram principalmente sobre a questão de Taiwan. “Se alguém ousar separar Taiwan da China, os nossos militares não hesitarão em iniciar uma guerra, independentemente do custo”, comunicou o Ministério da Defesa em nota, após o encontro.
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan classificou as reivindicações de soberania da China como absurdas. “Taiwan nunca esteve sob a jurisdição do governo chinês, e o povo de Taiwan não vai sucumbir às ameaças de força do governo chinês”, disse a porta-voz do ministério, Joanne Ou.
Austin disse que a política dos EUA em relação a Taiwan é continuar a se opor a qualquer mudança unilateral do status quo. “Nossa política não mudou. Mas, infelizmente, isso não parece ser verdade para a China. Continuamos focados em manter a paz, a estabilidade e o status quo no Estreito de Taiwan. Mas os movimentos da China ameaçam minar a segurança, a estabilidade e a prosperidade na região Indo-Pacífico”, disse o secretário Austin, acrescentando: “Faremos nossa parte para gerenciar essas tensões com responsabilidade, evitar conflitos e buscar a paz e a prosperidade”.
Washington há muito mantém uma política de ambiguidade estratégica sobre se defenderia Taiwan militarmente. Mas no mês passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Washington interviria se Pequim usasse a força contra a ilha. Questionado se os Estados Unidos usariam força militar, o presidente dos EUA respondeu: “Sim”. “Esse é o compromisso que assumimos”. Posteriormente, seu governo apressou-se a esclarecer que a política dos EUA sobre o assunto não mudou.
Austin também disse que Washington continua comprometido com a “política de uma só China”, na qual os EUA apenas reconhecem formalmente Pequim, mas mantêm relações informais e laços de defesa com Taipei. Ele afirmou que os EUA “apoiam fortemente o princípio de que as diferenças através do Estreito devem ser resolvidas por meios pacíficos”, mas também que os EUA continuarão a honrar seus compromissos com Taiwan.
“Isso inclui ajudar Taiwan a manter uma capacidade de autodefesa suficiente”, disse ele. “E isso significa manter nossa própria capacidade de resistir a qualquer uso de força ou outras formas de coerção que coloquem em risco a segurança ou o sistema social ou econômico do povo de Taiwan”.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO