Argentina rejeita oferta mexicana do seu Boeing 787 presidencial. O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, recentemente ofereceu o Boeing 787-8 Dreamliner presidencial da Força Aérea Mexicana (FAM), para o governo da Argentina, que imediatamente rejeitou a oferta pelo alto valor do jato.
Falando na entrevista coletiva semanal realizada na manhã de 09 de junho, o presidente mexicano destacou que a argentina está procurando um novo avião presencial, para substituir o seu Boeing 757, chamado como “Tango 01”. Ao tomar conhecimento disso, López Obrador, ofereceu o Boeing 787 “TP-01” usado pelos seus antecessores, e retirado de serviço por ser considerado de “alto luxo”. “Enviamos uma mensagem dizendo ‘aí está, levem o nosso avião’. Além disso, é um governo amigo”, disse o mandatário mexicano.
Em abril, o governo argentino iniciou um processo de pesquisa de mercado, para adquirir um avião presidencial à um custo aproximado de US$ 30 milhões. O 787 mexicano tem um valor estimado de US$ 110 milhões, e a opção oferecida por Obrador foi um adiantamento de US$ 30 milhões, e o restante do pagamento parcelado, ou até mesmo com o fornecimento de produtos agrícolas.
Uma das suas principais promessas de campanha, desde que assumiu o governo em 2018, Lopez Obrador tenta – sem sucesso – vender o Dreamliner VIP, adquirido em um negócio considerado ruim para o Estado. Defensor de um estilo de vida mais austero, Obrador optou por não usar o avião e viajar em voos comerciais, além de proibir o uso de funcionários públicos.
Em novembro de 2012, em seu último mês de mandato, o presidente mexicano Felipe Calderón (2006-2012) assinou a compra do Boeing 787-8 por US$ 218 milhões. Fabricado em 2010, e utilizado pela Boeing como aeronave de testes, o Dreamliner matriculado N787ZA (c/n 40695), foi o sexto 787 à deixar a linha de produção.
Após passar por um grande trabalho de padronização de exterior e interior, em 03 de fevereiro de 2016, o 787 foi entregue para a Coordinación General de Transportes Aéreos Presidenciales (CGTAP), da Força Aérea Mexicana (FAM), sob a matrícula XC-MEX/TP-01 e nome de batismo “José María Morelos y Pavón”.
O presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018) utilizou o jato presidencial durante todo o seu mandato, sendo que a última missão oficial do Boeing 787 foi realizada em 30 de novembro de 2018, no voo de retorno de Buenos Aires, Argentina, ao final da Cúpula do G-20.
Ao assumir o cargo, López Obrador extinguiu o CGTAP em 01 de dezembro de 2018, substituindo pelo recém formado 6º Grupo Aéreo, que passou a supervisionar a transferência dos ativos aéreos presidenciais. Desde então, o governo tenta, insistentemente, se desfazer do grande jato VIP, sem sucesso. Foram realizadas desde tentativas de venda direta, leilão, até uma rifa, mas nenhum método obteve êxito.
Com capacidade para transportar 80 passageiros e até 47 toneladas de cargas, o Boeing 787-8 VIP mexicano tem uma autonomia de aproximadamente 14 horas de voo. Configurado internamente com quatro cabines distintas, entre elas uma área de descanso, equipada com um pequeno escritório, um quarto com cama “king size”, chuveiro e esteira ergométrica. Adicionalmente, o avião oferece internet de alta velocidade em todos setores, telas de entretenimento individuais e um sistema de telefonia via satélite.
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