Pela primeira vez caças J-16 chineses são vistos em escolta de bombardeiros. Na semana passada, bombardeiros H-6K da Força Aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAF) e Tu-95MS das Forças Aerospaciais Russas (RF VKS) realizaram uma operação conjunta na região da Ásia-Pacífico. A missão contou com uma inédita escolta de proteção de caças J-16 chineses, de acordo com a informação divulgada ontem (29/05), pela emissora estatal China Central Television (CCTV).
A reportagem da CCTV mostrou uma fotografia de dois J-16 da PLAAF escoltando os bombardeiros, que na terça-feira (24/05), voaram em missão de patrulha conjunta sobre o Mar do Japão, do Mar da China Oriental e do Pacífico Ocidental. Conforme noticiamos, essa operação marcou a quarta patrulha conjunta desse tipo, realizada desde 2019.
De acordo com o Coronel Sênior Wu Qian, um porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, essa operação tem por objetivo aprimorar a interoperabilidade entre as duas forças aéreas, e aumentar a cooperação estratégica militar entre os dois países.
Foi a primeira vez que a China revelou informações detalhadas sobre o envio de caças para escolta durante uma patrulha conjunta China-Rússia, disse um especialista militar chinês ao Global Times, sob anonimato. O Ministério da Defesa da Rússia disse que enviou caças Su-30SM para escolta, então a implantação do J-16 da China foi um acordo recíproco, disse o especialista.
Como os bombardeiros estratégicos não possem armamentos para auto-proteção, é importante ter a escolta de caças, disseram analistas, observando que tanto o J-16 da China quanto o Su-30 da Rússia são jatos de combate aéreo que contribuem para a prontidão da patrulha conjunta.
A fotografia mostra que cada J-16 da PLAAF estava armado com dois mísseis de curto alcance PL-10. O jato bimotor supersônico J-16 é adequado para missões de escolta, principalmente por conta da sua grande autonomia e alcance, disse o especialista.
O Estado-Maior Conjunto do Ministério da Defesa do Japão afirmou que a Força de Autodefesa Aérea do Japão monitorou a patrulha conjunta China-Rússia, mas seu comunicado de imprensa na terça-feira não mencionou a presença dos J-16 ou Su-30. Possivelmente os caças não escoltaram os bombardeiros durante todo o voo, e não tenham se aproximado da Zona de Identificação Aérea (ADIZ) do Japão, ou também é possível que a defesa aérea japonesa simplesmente não os tenha identificado.
Para lidar com o ambiente de campo de batalha em constante mudança e aumentar a capacidade de combate, a China deve ter caças suficientes para garantir que as patrulhas aéreas estratégicas possam ser realizadas de forma confiável, eficaz e segura, disse Song Zhongping, especialista militar chinês e comentarista de TV, ao Global Times.
Com o desenvolvimento de tecnologias militares e equipamentos mais avançados, como o caça furtivo J-20 da China e o caça furtivo Su-57 da Rússia, a próxima patrulha conjunta poderá ter novidades, disse Song. Isso, consequentemente, levará a um aumento significativo na capacidade de combate da frota conjunta, afirmou o especialista.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@FFO