Militares argentinos visitam a fábrica do caça JF-17 Thunder na China. Uma delegação de pilotos e técnicos argentinos está na China conhecendo e avaliando as capacidades do caça PAC/CAC JF-17 Thunder. O jato sino-paquistanês é um dos principais candidatos para reequipar a Força Aérea Argentina (FAA) com a capacidade de combate supersônico.
Recentemente informamos sobre a viagem da delegação da Argentina à China, e agora a agência de notícias DangDai confirmou que os argentinos conheceram as instalações da CATIC (China National Aero-Technology Import & Export Corporation), localizada na cidade de Chengdu.
A delegação é composta por pilotos e técnicos da FAA, e foi acompanhada pelo Embaixador argentino na China, Sabino Vaca Narvaja , e pelo adido das Forças Armadas Argentinas, general Norberto Zarate. Durante a visita, os argentinos puderam conhecer detalhes do JF-17, fazer as suas avaliações in-loco, que incluíram até mesmo voos de testes em simulador.
Em fevereiro deste ano, o Comandante da FAA, General de Brigada Xavier Isaac, informou que antes de qualquer decisão, era preciso conhecer in-loco as instalações dos fabricantes e os detalhes das suas aeronaves. Assim, o próprio General Isaac liderou uma delegação que visitou a Índia em março, onde conheceram o jato indiano HAL Tejas.
Inicialmente cinco caças supersônicos compunham a lista de candidatos da Força Aérea Argentina, a saber o israelense Kfir, o americano F-16 (ex-Dinamarca), o russo MiG-35, o indiano Tejas e o sino-paquistanês JF-17.
Nos últimos meses as ofertas que se sobressaíram foram a da China e da Rússia, países que garantem à FAA evitar o embargo do Reino Unido, que impede qualquer venda de equipamentos militares que contenham componentes desenvolvidos pela indústria britânica. Apesar disso, uma delegação deverá seguir para a Copenhague, afim de verificar in-loco os F-16 aposentados pela Força Aérea Dinamarquesa.
No entanto, o atual contexto geopolítico em que a Rússia está envolvida, torna muito difícil para a Argentina optar pelos MiG-35 russos, uma oferta que, de qualquer forma, nunca convenceu totalmente as autoridades da FAA. Assim, o caça chinês JF-17 surge como a opção atualmente mais viável.
As dificuldades econômicas que o país atravessa, a falta de decisão política e o embargo britânico dificultam encontrar um avião que atenda às necessidades da FAA. Assim, a busca por um vetor supersônico continua com a esperança de reconstruir a defesa e superioridade do seu espaço aéreo.
A decisão da compra deste sistema de armas vai além de um lote de jatos de combate. Esse negócio irá selar uma relação comercial, técnica e política em um momento de clara tensão entre as duas principais potências mundiais, os Estados Unidos e a China. Ao assinar a compra do seu próximo caça supersônico, a Argentina estará anunciando o seu alinhamento político internacional pelas próxima décadas.
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