Polícia Nacional Colombiana comprará três jatos da Embraer. Com um investimento de aproximadamente US$ 30 milhões, a Polícia Nacional da Colômbia (PNC) deverá receber nos próximos meses três aeronaves de transporte executivo da Embraer, sendo um Legacy 600 (VIP), um Emb-140 e um Emb-145. Recentemente a PNC adquiriu dois turboélices ATR-42 e um Cessna C208B Grand Caravan para o transporte de pessoal.
Todas essas aeronaves são destinadas para Área de Aviação Policial, e tem como objetivo capacitar o transporte aéreo da instituição no país. As aquisições das aeronaves executivas da Embraer ocorrem no âmbito do projeto de investimento intitulado “Fortalecimento das Missões Aéreas” que inclui um investimento global de aproximadamente US$ 53,3 milhões.
Um documento oficial da PNC afirma que os investimentos em novas aeronaves garantirão operacionalidade da aviação policial no país, além de reduzir progressivamente o número de aeronaves, retirando da frota os modelos mais antigos e que geram custos elevados para a instituição.
O contrato de aquisição das novas aeronaves foi assinado no mês de janeiro, entre a Direção Antinarcóticos da Polícia Nacional e a empresa aeronáutica CIAC (Corporación de la Industria Aeronáutica Colombiana), e que atuou diretamente na pesquisa de mercado e na compra dos aviões, obedecendo as especificações técnicas fornecidas pela PNC.
De acordo com uma reportagem da W Radio, originalmente foi estabelecido um contrato único para que as empresas participantes vendessem os seis aviões juntos. Entretanto, devido às dificuldades de apenas um fornecedor cumprir todos os requisitos técnicos das especificações do contrato, o mesmo foi desmembrado.
Até o momento, apenas o contrato para a aquisição do Legacy 600 foi tornado público. O documento foi assinado na segunda-feira (16/05) pelo valor aproximado de US$ 12 milhões, com o Consórcio de Aeronaves PNC, formado pelas empresas Rio Sur, Construtora e Projeções para Desenvolvimento e Ingeambicol.
Diante da reportagem da W Radio, a PNC justificou a aquisição das aeronaves. Segundo o General Hoover Penilla, Vice-Diretor da Instituição, o processo de compra dos novos aviões tem pelo menos seis anos, e refuta a afirmação da rádio que fala que os aviões são VIP.
“Não estamos falando de luxo, mas de capacidade de transporte. A Polícia não tem aviões VIP ou atribui aviões a dignitários, e são para as operações policiais. A recomendação era necessariamente adquirir aeronaves com maiores capacidades, o que daria maior agilidade, capacidade e velocidade em poder movimentar equipamentos especiais de inteligência”, disse o oficial superior.
Da mesma forma, o General argumentou que a compra dos aviões foi feita com o objetivo de melhorar as operações especiais de alto risco, levando em consideração que o tempo e a operação das máquinas são essenciais.
Citando o caso específico da captura do chefe do narcotráfico Dario Antonio Úsuga David, alcunha “Otoniel”, foram envolvidos mais de 14 unidades da PNC. O Comandante da operação tinha que receber informações atualizadas das unidades de inteligência durante os seus deslocamentos aéreos.“Você precisa de um espaço para poder exibir os mapas do terreno, interpretá-los e passar as instruções correspondentes aos seus comandos”, sublinhou o General.
Segundo escândalo “VIP” em menos de uma semana
Na semana passada surgiu uma polêmica no país, envolvendo a compra de um novo avião presidencial para o mandatário colombiano Iván Duque Márquez. A Força Aérea Colombiana (FAC) estudava adquiri um Legacy 600 à venda pelo governo do Equador ao valor de US$ 8 milhões. O objetivo da FAC era substituir o seu veterano Fokker F-28, mas diante da forte polêmica gerada na opinião pública nacional, Duque descartou categoricamente a aquisição da aeronave.
“A Colômbia conversou com o Equador sobre uma aeronave que eles têm disponível, mas quero ser enfático sobre isso, nenhum negociação, nenhuma aeronave foi paga e nenhuma aeronave será comprada durante meu governo. É uma decisão que queremos abrir caminho para estudos e opções e para que o próximo governo tome a decisão”, declarou o presidente colombiano.
“Dito isto, é absolutamente claro que as aeronaves com mais de 40 anos para este tipo de serviço representam um risco iminente a partir do ano de 2023, parece-me necessário deixar os estudos e análises e que é o próximo governo quem toma a decisão”, enfatizou. O presidente referiu-se ainda às condições da atual frota de transporte executivo VIP da FAC, “expondo as pessoas que viajam neles a uma tragédia”.
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