China envia bombardeiros para manobras conjuntas com porta-aviões Liaoning próximo ao Japão. Recentemente a Marinha do Exército de Libertação Popular da China (PLA) enviou seus bombardeiros estratégicos H-6 para exercícios no Pacífico Ocidental. Eles se uniram em manobras conjuntas com o grupo do porta-aviões Liaoning, que desde o início do mês realiza manobras militares na região.
Especialistas disseram que o exercício poderia ser um ensaio para impedir que forças estrangeiras interfiram na questão de Taiwan, depois que relatórios sugeriram que o Japão e os EUA deveriam afirmar o aumento da cooperação com Taipei, em uma próxima cúpula bilateral.
Em comunicado à imprensa divulgado na quarta-feira (18/05), o Estado-Maior Conjunto do Ministério da Defesa do Japão, afirmou que os dois bombardeiros chineses H-6 voaram sobre o Oceano Pacífico, vindos do Mar da China Oriental, cruzando entre a Ilha de Okinawa e o Miyakojima. Depois de circular na região, os bombardeiros retornaram na mesma rota.
De acordo com fotos anexadas ao comunicado japonês, os dois bombardeiros eram da mais recente versão H-6J, capaz de transportar mísseis e pods de guerra eletrônica. Ambos estavam armados com mísseis antinavio supersônicos YJ-12.
Falando ao Global Times na quinta-feira (19/05), Song Zhongping, especialista militar chinês e comentarista de TV, disse que o H-6J tem um longo alcance e, a partir dessa posição, o bombardeiro pode impedir que alvos hostis, como porta-aviões e outros navios de guerra, interfiram na questão de Taiwan. Vários H-6J equipados com mísseis supersônicos YJ-12, podem lançar ataques de saturação contra frotas hostis, o que seria muito difícil de se defender, disse Song.
Composto por pelo menos oito navios de guerra, incluindo escoltas poderosas como um grande destróier Tipo 055, o grupo de porta-aviões Liaoning vem treinando no Pacífico Ocidental desde 02 de maio. Song disse que os bombardeiros H-6J e o grupo de porta-aviões provavelmente realizaram treinamento coordenado.
Os analistas acreditam amplamente que os exercícios do grupo de porta-aviões Liaoning neste local estrategicamente importante – leste da ilha de Taiwan e sul do Japão – também tem por objetivo aumentar o poder de interferência militar da PLA, contra o potencial de forças externas como os EUA e o Japão, para o caso uma operação de reunificação por força na ilha de Taiwan.
“Se os EUA continuarem a jogar a “carta de Taiwan” e permanecerem no caminho errado, a China tomará medidas firmes para salvaguardar a sua soberania e interesses de segurança”, disse Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e diretor do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do PCC, durante um telefonema para o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, na quarta-feira (18/05).
O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, também criticou o Japão em uma conversa virtual com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Yoshimasa Hayashi, na quarta-feira. Yi disse que os movimentos negativos em Taiwan e outras questões envolvendo os principais interesses e preocupações da China, alegando que essas ações prejudicaram seriamente a confiança mútua e abalaram as relações bilaterais de ambos países.
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