Israel simulará um ataque ao Irã. Paralelo aos discursos políticos de líderes israelenses sobre uma real ameaça do programa nuclear iraniano ao país, militares das Israel Defense Forces (IDF) estão planejando um grande exercício militar que terá a participação dos Estados Unidos. Objetivo: simular um ataque a alvos nucleares iranianos.
Segundo informações divulgadas pelo Canal 13 de televisão de Israel, militares israelenses o exercício será de grande monta e a participação da USAF será restrita a missões de reabastecimento em voo, sem isto ser confirmado pelos americanos oficialmente. A notícia tomou corpo na tarde de 18 de maio, quando o Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, alegou que o Irã estava “dentro de semanas” de ter material suficiente para produzir uma bomba nuclear.
“O tempo para os iranianos se tornarem um desfio global ou regionalmente é de um ano a 18 meses”, disse Gantz, alegando que o Irã está trabalhando para concluir a produção e instalação de 1.000 centrífugas IR6 avançadas em um local subterrâneo perto de Natanz. “O Irã continua acumulando conhecimento e experiência irreversíveis no desenvolvimento, pesquisa, produção e operação de centrífugas avançadas”.
O exercício militar, que irá durar um mês, foi designado “Carruagens de Fogo”. Ele foi projetado para se assemelhar a uma guerra de várias frentes, onde Israel lançaria uma campanha de vários estágios. A parte do exercício que simularia ataques a instalações nucleares iranianas aparecerá na quarta e última semana do exercício.
O fato de que o exercício está sendo tornado tão público — e simula abertamente ataques ao Irã — é visto além de um exercício preparatório como um aviso a Teerã para voltar a negociações sérias sobre seu programa nuclear. Como a atenção do mundo se concentrou na Ucrânia nos últimos meses, as conversas sobre um novo acordo nuclear iraniano, do qual Israel é crítico, fracassaram. A suposta participação dos EUA no exercício, foi para enfatizar a seriedade da advertência de Israel aos líderes iranianos.
A participação da USAF também tem um cunho tático, pois a IAF só conta com velhos KC-707 que podem não ser confiáveis em uma missão real deste porte. Dai a pressão de Israel para antecipar a entrega dos KC-46A encomendados pela IAF, e negados pelos EUA. Esses aviões não devem chegar a Israel a partir do final de 2023.
Israel tem acompanhado de muito perto o programa nuclear iraniano, o que significa que a simulação será o mais realista possível e irá empregar aeronaves F-16C/D Barak, F-16I Soufa, F-15 Ra’am e F-35I Adir da Kheil HaAvir (Força Aérea de Israel). Não foi confirmada a data da “Carruagens de Fogo”, mas que será feita nos próximos meses.
No dia 19 de maio, o Ministro da Defesa de Israel Benny Gantz, foi a Washington, DC, onde se reuniu com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Na conversa um dossiê com “dados detalhados” sobre como o Irã está trapaceando em seus compromissos nucleares foi apresentado.
Poderemos ter um 2022, um fato similar ao ataque preventivo feito por Israel a usina nuclear de Osirak, no Iraque e afundou os planos de Saddam Hussein de ter uma bomba atômica. Realizada em 7 de junho de 1981 a “Operação Ópera” destruiu a usina de Osirak, situada a 17 quilômetros (11 milhas náuticas) a sudeste de Bagdá. Na complexa missão foram empregados oito F-16A Netz, sendo quatro do Esquadrão 110 “Knights of the North” e mais quatro do Esquadrão 117 “First Jet Squadron”.
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