Japão busca apoio da BAE Systems no Projeto FX. A Mitsubishi está em negociações para a BAE Systems se unir ao Programa FX de desenvolvimento do futuro caça de última geração que o governo japonês pretende implantar até 2035. Japão e Reino Unido já tem um acordo em andamento para a produção do motor do caça, e até o final deste ano pretendem ampliar esta cooperação. O Programa FX permitirá que o Japão tenha um vetor capaz de combater caças furtivos russos e chineses.
A BAE Systems, que está envolvida no desenvolvimento do próximo caça do Reino Unido, o Tempest FCAS (Future Combat Air System), observou que tanto o UK como Japão tem cronogramas semelhantes, e um esforço conjunto no desenvolvimento do FX, incluindo redução de custos, seria altamente benéfico para ambos países.
Em 05 de maio, o primeiro-ministro Fumio Kishida se encontrou com seu homólogo britânico Boris Johnson no Reino Unido, quando concordaram em cooperar nos futuros programas de aeronave de caça. Durante uma visita em Washington no dia 04 de maio, o ministro da Defesa, Nobuo Kishi, explicou a cooperação Japão-UK ao secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.
O Mitsubishi FX (informalmente chamado F-3) é um caça furtivo de sexta geração, que está em desenvolvimento para a Força de Autodefesa Aérea do Japão (JASDF — Japan Air Self Defense Force). É o primeiro caça furtivo desenvolvido no Japão, e até 2035 substituirá o atual Mitsubishi F-2. Seu desenvolvimento também visa reforçar a indústria de defesa do país e potencialmente entrar no mercado internacional de armas em meio à mudança de postura de defesa do Japão. Em outubro de 2020, a Mitsubishi Heavy Industries foi selecionada como desenvolvedora principal.
O programa FX começou quando os Estados Unidos proibiram as exportações do Lockheed Martin F-22 Raptor como parte da emenda Obey de 1997 para proteger sua tecnologia. Como o Japão não conseguiu comprar o F-22, um caça desenvolvido internamente foi escolhido para substituir a envelhecida frota de caças do Japão. Entre dezembro de 2009 e agosto de 2010, o Ministério da Defesa realizou um estudo sobre o desenvolvimento de um futuro caça para substituir o F-2. A pesquisa realizada exigia um novo caça que estava uma geração à frente do atual caça de quinta geração. O conceito de caça foi chamado de i3 Fighter (Informado, Inteligente, Instantâneo).
Muito do desenvolvimento do programa FX está relacionado ao desenvolvimento do Mitsubishi X-2 Shinshin. O desenvolvimento do demonstrador X-2 permite ao Japão obter novas informações e desenvolver novas tecnologias relacionadas aos seus caças de última geração. O X-2 fez seu voo inaugural em 22 de abril de 2016. Os testes do X-2 foram concluídos em março de 2018.
O Japão planeja introduzir veículos aéreos de combate não tripulados (UCAV) que podem operar ao lado do FX, denominados drones de apoio ao combate. O programa é semelhante ao projeto Kratos XQ-58 Valkyrie ou ao Boeing Airpower Teaming System (MQ-28), no qual o drone atua como um “ala fiel”. Existem duas versões do drone: uma que carrega sensores e escaneia alvos e outra que dispara munições e direciona mísseis para longe da aeronave-mãe. Ambas as versões compartilham o mesmo design. Espera-se que os drones sejam totalmente desenvolvidos até a década de 2030.
O desenvolvimento do FX no Japão, juntamente com os programas de caças furtivos da China, Índia e Coréia do Sul, constituem uma tendência crescente nas indústrias aeroespaciais asiáticas, desafiando o domínio ocidental e russo na indústria global de caças.
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