O Governo da Índia oficialmente desistiu de comprar caças estrangeiros e planeja adquirir aeronaves fabricados localmente, dois anos depois de pedir às principais fabricantes do mundo para apresentar propostas para a compra de até 114 unidades avaliadas em US$ 15 bilhões. A oferta atraiu em 2018 gigantes como a Boeing, a Lockheed Martin, Saab e a Sukhoi, onde 85% da produção seria na Índia. A Lockheed Martin chegou a oferecer, inclusive, uma versão indiana de seu F-16, chamado de F-21.
O cancelamento da concorrência veio na esteira de crise financeira, burocracia e a falta de uma política mais clara de defesa. Embora Nova Délhi seja o terceiro maior comprador militar do mundo, sua força aérea, marinha e exército ainda estão equipados com aeronaves obsoletas.
A nova estratégia é comprar vetores nacionais, que além de mais baratos, valorizam a indústria local. Com isto, a IAF deve adquirir mais 83 HAL Tejas, que somados aos 40 já contratados devem gerar um contrato de US$ 6 bilhões – bem inferior ao estimado com os 114 caças estrangeiros. O Tejas é fruto do programa local Light Combat Aircraft (LCA) que possui inúmeras variantes propostas. Além do Tejas Mk.1 – que está em produção, a HAL desenvolve a versão Tejas Trainer (biplce), Tejas Mk.1 Naval, Tejas Naval Trainer, além do Tejas Mk.2, uma versão de combate de médio porte.
A indução do Tejas deverá ajudar a Índia a se tornar um exportador de aeronaves de combate, devido ao seu preço relativamente baixo. A IAF precisa de 42 unidades de combate e de novas aeronaves para substituir os jatos era soviética. Não é a primeira vez que os indianos cancelam uma compra. Em 2015 a IAF cancelou um pedido de 126 Dassault Rafale no valor de US$ 11 bilhões, que acabou ao final sendo reduzido para 36 unidades apenas para acelerar a substituição de aeronaves mais antigas.