Marinha resgata náufragos no Pará através de informações de bilhete colocado em uma garrafa. A Marinha do Brasil localizou e resgatou na quarta-feira (13/04), todos os seis tripulantes da embarcação B/M “Bom Jesus”, desaparecida desde o dia 27 de março, enquanto navegava de Santarém (PA) para o município de Chaves (PA). Eles foram encontrados na Ilha das Flechas, norte do estado do Pará, a cerca de 150 quilômetros de Belém.
Um helicóptero UH-15 Super Cougar da Marinha (N-7101) realizou o resgate dos tripulantes, que foram levados para Belém (PA). Ainda a bordo da aeronave, eles foram imediatamente atendidos por militares médico e enfermeiro, que prestaram os primeiros socorros. Apesar de estarem em bom estado geral de saúde, quando chegaram em Belém, por volta de 18h40, foram encaminhados em ambulância do SAMU para a UPA da Sacramenta, para novas análises médicas.
Segundo relatos dos tripulantes resgatados, eles foram surpreendidos por um temporal que causou um incêndio na cozinha da embarcação, levando ao naufrágio da mesma. Os seis náufragos (cinco homens e uma mulher), passaram 17 dias na Ilha, usando alimentos que estavam no barco, além de água da chuva.
“Estou desempregado. Saí de Santarém para fazer essa viagem. Durante a viagem pegamos um temporal e a embarcação pegou fogo na parte da cozinha. E nós começamos a jogar a embarcação para ver se encontramos uma praia, onde ficamos 17 dias. Com a força de Deus e com a Marinha do Brasil conseguimos sair através de uma boia, quando escrevemos um bilhete e fomos achados. Amém”, disse Jeferson Marcos dos Santos, um dos seis tripulantes resgatados.
Depois de alguns dias esperando por ajuda, Jeferson e outros tripulantes tiveram a ideia de colocar as informações sobre o seu paradeiro em um bilhete dentro de uma garrafa amarrada em uma boia e a jogaram ao mar. Pescadores que estavam na região costeira da ilha encontraram a o bilhete e alertaram as autoridades locais.
Ao ser questionado sobre a ideia de escrever um bilhete na boia, Jeferson afirmou que “aprendeu essa tática em um curso que fez na Marinha, onde foi dito que em casos como esses podia se escrever um bilhete, colocá-lo em uma garrafa e amarrá-lo em uma boia, colocando no mar”.
O 4º Distrito Naval da Marinha do brasil irá instaurar um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
Fonte: Marinha do Brasil
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