Eslováquia estuda doar seus MiG-29 à Ucrânia. O governo da Eslováquia está disposto a doar seus caças Mikoyan-Gurevich MiG-29 para a Ucrânia, se houver um acordo para garantir a defesa do espaço aéreo do país. O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, anunciou oficialmente que seu país está disposto a formalizar a doação desde que seja alcançado um acordo formal e satisfatório de proteção do seu país.
A Eslováquia, membro da OTAN e vizinha da Ucrânia, opera uma frota de 11 caças MiG-29, sendo 9 MiG-29AS e dois MiG-29UBS, que estão sediados hoje no 1. Bojová letka (1º Esquadrão de Combate) da Base Aérea de Sliac (LZSL).
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, vários os países ocidentais começaram a fornecer mais e mais armas e até mesmo drones. A própria Eslováquia já havia doado seu sistema S-300 de defesa antiaérea a Ucrânia. Porém, as negociações para fornecer aeronaves usadas por países da OTAN, como o MiG-29, já empregado pela Força Aérea da Ucrânia não prosperaram até aqui. Polônia e Bulgária chegaram a ser anunciados como certo, mas as negociações fracassaram, porque esses planos foram considerados muito arriscados pela OTAN, face as ameças da Rússia de considerar isto uma agressão.
“Equipamentos de fabricação soviética estão se tornando muito arriscados, pois cada vez mais não há suprimento” disse o 1º ministro eslovaco. “Portanto podemos doar os MiG-29, caso tenhamos um acordo de proteção eficiente por parte da OTAN”, ao menos até a chegada dos F-16″.
A Eslováquia assinou um acordo em 2018 para comprar 14 jatos Lockheed Martin F-16 Block 70/72 Fighting Falcon, no valor de cerca de US$ 1,6 bilhão, para substituir os antigos jatos MiG-29 fabricados na Rússia, como parte dos esforços para modernizar suas forças armadas. A entrega da primeira aeronave F-16 para a Eslováquia ocorrerá um ano depois do planejado, em 2024, informou o Ministério da Defesa da Eslováquia em 10 de março de 2022, isto é, em 2025. O ministério disse que o atraso se deve a problemas de fornecimento decorrentes da pandemia de coronavírus de dois anos e à escassez global de chips.
Se o acordo sairá, os próximos dias nos dirão. Porém, ele poderá esbarrar no mesmo caso anterior da Polônia e Bulgária, onde a OTAN e os EUA exitarão em entregar os caças, sob risco de trazer a guerra do leste europeu para o resto do continente. Perto de fechar 60 dias, o conflito parece sem uma solução tanto no campo de batalha como no diplomático.
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