Antigo porta-aviões São Paulo (A12) deverá ser rebocado para a Turquia em breve. O antigo porta-aviões São Paulo, da Marinha do Brasil, deverá ser rebocado no próximo mês de maio para a Turquia, onde será desmantelado e transformado em sucata. O casco do ex-Navio-Aeródromo (NAe) permanece atracado na Baía da Guanabara, setor militar próximo à Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro.
Em março de 2021, o navio foi arrematado em leilão por R$ 10,5 milhões, pela empresa Cormack Marítima, que representa o estaleiro turco Sök Denizcilik ve Ticaret. Uma ação popular tramita na Justiça do Rio de Janeiro, tentando impedir que a embarcação seja sucateada. O objetivo era transformá-la em museu flutuante, entretanto desde a sua venda em leilão, o navio passou para mãos de investidor privado, deixando de ser um patrimônio da União.
Construído entre 1957 e 1963, quando entrou em serviço na Marinha Francesa (Marine Nationale) em 15 de julho daquele ano, como Foch R-99, o segundo navio da classe Clemenceau foi adquirido pela Marinha do Brasil em agosto de 2000, por US$ 12 milhões. O NAe São Paulo (A12) chegou ao Brasil em 17 de fevereiro de 2001, e operou com relativa normalidade até 2005.
As operações foram suspensas a 17 de maio de 2005, quando uma tubulação de uma caldeira explodiu durante uma manutenção na Baía de Guanabara, causando a morte de três militares.
Ao longo de uma década diversos planos de modernizações foram estudados, porém os custos altos, as dificuldades técnicas e a falta de perspectivas de operar novos vetores embarcados, selaram o destino do A12 em 17 de fevereiro de 2017, quando foi oficialmente descomissionado. Foram removidos todos os equipamentos eletrônicos e de navegação, o que tecnicamente o transformou em um casco, não sendo mais capaz de navegar sem ser rebocado.
Por exigência do governo francês, construtor da embarcação, o desmanche só poderá ocorrer em estaleiro credenciado pela União Europeia. Estima-se que o navio contenha cerca de 900 toneladas de amianto em sua estrutura, uma substância altamente tóxica e cancerígena.
Segundo dados oficiais da Marinha do Brasil, o A12 fez um total de 206 dias de mar, percorrendo 54.024,6 milhas (85.334 km) e realizou 566 catapultagens de aeronaves A-4 (maioria) Super Etendard e S-2T, estas argentinas.
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