O escritório de contabilidade do governo dos Estados Unidos (Government Accountability Office – GAO), em Washington, detalhou, no dia 20 de maio de 2020, o prejuízo da expulsão da Turquia do projeto Joint Strike Fighter (JSF), ou seja, da produção do Lockheed Martin F-35: US$ 1,5 bilhão em 2019 e um acúmulo de US$ 12,1 bilhão!
A Turquia foi convidada a se retirar do programa F-35, mesmo sendo parceira do projeto, após o impasse da compra por parte do Governo de Ancara de mísseis antiaéreos S-400 da Rússia. Com a negativa turca de desfazer o negócio com o governo de Vladmir Putin, os Estados Unidos de Donald Trump exigiram a saída da Turquia do JSF. Como era parceira do negócio, além de não receber as aeronaves, várias empresas turcas deixaram de produzir 1.005 peças da aeronave, entre elas, 15 peças principais do F-35, que mesmo sendo assumidas por outros fornecedores, não estão sendo fabricadas na taxa ideal, gerando uma previsão de prejuízo a curto prazo de US$ 428 milhões.
Além dos problemas com a saída da Turquia, a Agência de Gerenciamento de Contratos de Defesa constatou que “entre agosto de 2017 e julho de 2019, o número de peças entregues com atraso aumentou de menos de 2.000 para mais de 10.000. Os contratados disseram ao governo que aproximadamente 60% da escassez de peças é atribuível a 20 fornecedores“.
A outra descoberta significativa do GAO é que o programa “não está cumprindo as principais práticas de fabricação identificadas pelo próprio GAO”. Especificamente, apenas cerca de 3.000 dos mais de 10.000 processos-chave de fabricação atendem aos padrões de design predefinidos para garantir a qualidade do produto. Além disso, as 500 aeronaves entregues não atendem às metas de confiabilidade e de manutenção do programa.