Pentágono reduz a compra de F-35. O Pentágono vai solicitar apenas 61 dos 94 F-35A/B/C previstos para o próximo orçamento, o que representa 33 aeronaves Stealth a menos. O Departamento de Defesa Americano planejava financiar 94 F-35 no ano fiscal de 2023 (FY23), um número pouco acima dos 85 previstos para o orçamento deste ano (FY22).
A USAF irá ficar com 33 F-35A em vez dos 48 planejados; a US Navy 13 F-35B em vez de 26 e o Corpo de Fuzileiros Navais (USMC) 15 ao invés de 20, fechando assim 61 unidades. A proposta de desacelerar as compras foi vista como com ressalvas, pois pode gerar dúvidas entre legisladores, investidores da Lockheed e clientes estrangeiros sobre uma diminuição do compromisso dos Estados Unidos com um programa JSF que deve custar pelo menos US$ 400 bilhões contando aí o seu desenvolvimento, a compra e manutenção da frota por seis décadas e meia de operação.
As razões para a redução não serão explicadas oficialmente até que a proposta orçamentária do Pentágono seja tornada pública. Mas o pedido chega em um momento em que as negociações com a Lockheed sobre o próximo contrato do F-35 com o Pentágono, que envolve mais 400 aviões, está progredindo mais devagar do que o previsto. Além disso, os F-35 continuam com problemas para a execução de uma atualização crítica de software e hardware, estimada em US$ 14 bilhões e que é considerada urgente.
A atualização de software e hardware do F-35 “Block 4” está atualmente sendo instalada em aeronaves já operacionais, apesar de ser “imatura, defeituosa e insuficientemente testada”, de acordo com uma avaliação do escritório de testes do Pentágono divulgada em janeiro. Os operadores de aeronaves “identificaram deficiências em armamento, fusão de dados, comunicações e navegação, segurança cibernética e processos de direcionamento que exigiam modificação de software e tempo e recursos adicionais, resultando em atrasos”.
Juntamente com a proposta de redução da compra dos F-35, a USAF encomendará 24 jatos F-15EX para o FY23, um número acima dos 14 do orçamento do ano fiscal de 2022. O F-15EX carrega mais armamento que o F-35 e é mais barato para voar.
Fontes da USAF afirmam que comprar menos aviões não deve ser visto como uma reversão da meta total de compra de 1.763 caças F-35 pelos EUA. Pelo contrário, desacelerar as compras é um passo estratégico, para que os novos aviões que saiam da linha de montagem no futuro já tenham todas as capacidade do bloco 4, minimizando assim, os eventuais custos e dores de cabeça de uma adaptação e correção de aeronaves já operacionais.
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