SAAF sem mísseis A-Darter. A Denel Dynamics não conseguiu entregar nenhum míssil ar-ar A-Darter de produção para a Força Aérea da África do Sul (SAAF- South African Air Force), forçando a Armscor (Armaments Corporation of South Africa) contemplar a contratação de outras empresas para concluir o desenvolvimento e a produção.
A Armscor observou que o míssil ar-ar (AAM) de quinta geração foi desenvolvido em conjunto com o Brasil sob o Projeto Assegai, cuja a conclusão do desenvolvimento estava programada para 2015 e as primeiras entregas, para ambos os países, em março de 2018. No entanto, o desenvolvimento só foi concluído em novembro de 2019 – com quatro anos de atraso e mesmo assim com falhas.
A Denel Dynamics foi contratada em março de 2015 para entregar oito mísseis de manejo (inertes); 21 mísseis de treinamento; e 41 mísseis operacionais a SAAF. No entanto, até o momento, apenas 16 mísseis de manejo/treinamento foram ‘substancialmente concluídos’, mas não podem ser usados porque os suportes dos mísseis (a interface entre o míssil e a os lançadores das asas da aeronave) ainda não foram qualificados. A Denel descobriu um problema de segurança com os cabides e está investigando diferentes materiais para atender aos requisitos. Armscor disse que, uma vez que os suportes sejam qualificados, a SAAF pode receber os primeiros 16 mísseis.
Não há progresso até o momento no saldo de mísseis A-Darter, incluindo todos os mísseis operacionais, “devido aos desafios enfrentados pela Denel”. Isso inclui a crise de liquidez que a impediu de receber componentes devido ao não pagamento de fornecedores e a falta de capacidade devido ao êxodo de pessoal qualificado.
Os atrasos significaram que o A-Darter, que deveria ter sido concluído em 2015, já está vendo alguma obsolescência técnica em várias áreas. Uma reengenharia limitada será necessária antes que a produção possa começar, o que poderá comprometer o projeto. Enquanto isso, a Força Aérea Sul-Africana continua a usar o míssil provisório IRIS-T, que foi adquirido da Alemanha em 2009. A Armscor está se engajando com a Diehl Defense para estender a vida útil do IRIS-T por mais dois anos.
No caminho a seguir, a Armscor está olhando para a parceria com outras entidades locais na conclusão da industrialização e produção do A-Darter. “Continuar com a produção do A-Darter é o único caminho viável”, disse Armscor. O míssil tem um alcance de cerca de 20 km e destina-se a armar os Gripen C/Ds da SAAF, substituindo o míssil guiado por infravermelho de curto alcance provisório IRIS-T. O Brasil pretendia adquirir A-Darters para equipar os Gripen E/F da FAB. Mas hoje, ele não está mais nos planos, e será substituído pelo IRIS-T.
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