Design digital na modernização dos motores dos bombardeiros B-52. A Rolls-Royce e da Boeing realizaram em 04/03 um encontro com jornalistas para detalhar o Programa de Substituição dos Motores dos bombardeiros B-52H Stratofortress, durante o Simpósio de Guerra Aérea da Associação da USAF, em Orlando, Flórida. Os engenheiros relataram como as técnicas modernas de design digital estão ajudando no desenvolvimento da nova versão dos motores F130 destinados aos B-52.
A USAF anunciou em setembro de 2021 que a Rolls-Royce recebeu o contrato de aproximadamente US$ 2,6 bilhões, para o Programa de Substituição dos Motores com objetivo de manter os B-52 voando até a década de 2050 – aproximadamente 100 anos após o primeiro voo desse lendário avião. Os motores Pratt & Whitney TF33, que atualmente equipam os bombardeiros, também são de um projeto que remonta o início da década de 1960, e que agira estão chegando ao final da sua vida útil.
E técnicas de design digital, semelhantes aos métodos que ajudaram a acelerar a criação de aeronaves recentes, como o treinador T-7A Red Hawk da Boeing – estão ajudando a simplificar o processo de atualização do B-52.
A Boeing, fabricante do B-52, será encarregada da integração dos novos motores Rolls-Royce F130 ao bombardeiro. O Gerente de Desenvolvimento Estratégico e Investimentos da Boeing, Robert Gass, disse que os esforços das equipes de design digital estão concentradas no desenvolvimento dos pods que sustentarão as quatro naceles duplas, que comportarão os oito novos motores.
O processo iniciou com a confecção de um mapa digital dos sistemas do B-52, e como eles funcionam. Com isso em mãos, os designers criaram modelos 3D dos motores e componentes da aeronave. Isso permitiu que os engenheiros visualizassem com mais facilidade o que estavam projetando, como as peças se encaixariam e como os componentes em que estavam trabalhando se conectariam com peças projetadas por outras equipes.
A Diretora de Programas de Defesa da Rolls-Royce, Candice Bineyard, disse que ambas empresas estão trabalhando em conjunto com modelos digitais. Isto tem auxiliado os engenheiros a identificar os ajustes necessários para que os novos motores se encaixassem precisamente nas naceles, e no reposicionamento de componentes e sistemas.
A funcionária da Rolls-Royce observou que os novos motores, quando instalados nos aviões, poderão receber manutenção em seu berço, sem a necessidade de remoção para grandes reparos. Para isso, a modelagem digital facilitará a produção de manuais claros e precisos para os mantenedores encarregados nos reparos desses motores.
Esses detalhes são importantes para fornecer ao avião maior alcance, resistência, flexibilidade e disponibilidade, com menor custos de manutenção e consumo de combustível.
Concomitantemente as instalações dos novos motores RR F130 nos B-52, ocorrerão as atualizações dos subsistemas relacionados, novos displays de cockpit e controles digitais dos motores, além de novos programas de gerenciamento de manutenção e da saúde das aeronaves pelas próximas três décadas.
O Rolls-Royce F130 é um motor comprovado, com mais de 29 milhões de horas de voo, e que equipa as aeronaves C-37 e E-11 da USAF. “Estes motores permanecerão nas asas dos B-52 até o final da vida útil destas aeronaves… até a década de 2050”, disse Bineyard.
No final deste ano está previsto o início dos testes em protótipos dos motores no B-52 do Centro Espacial Stennis da NASA, no Mississippi. A fase de desenvolvimento de engenharia e fabricação deve durar até 2026, e espera-se que o primeiro grupo de B-52 modificados seja entregue até o final de 2028.
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