Polônia concorda em repassar seus MiG-29 à Ucrânia. O Governo da Polônia concordou em entregar a sua frota de caças Mikoyan-Gurevich MIG-29 Fulcrum à Força Aérea dos Estados Unidos, sendo levados para a Base Aérea de Ramstein, na Alemanha. De lá os jatos serão então entregues à Ucrânia, que fará o translado para o seu país. A decisão é uma reviravolta de posição, pois até dois dias atrás, a decisão polonesa era a de não ceder as aeronaves ao país vizinho, em guerra com a Rússia desde 24 de fevereiro.
Ao ceder os jatos, a Polônia irá receber alguma compensação vinda dos EUA, provavelmente, na forma de aeronaves Lockheed Martin F-16V. Até poucas horas, os Estados Unidos vinham negando que esta possibilidade existia, e que estas aeronaves podem ser as já programadas para serem entregues a Taiwan em 2023 par uso com a Republic of China Air Force (RoCAF). O governo de Taipei não parece inclinado a ceder, face as suas disputas com a China.
Ao confirmar que irá enviar seus MiG-29 imediatamente, os poloneses também fizeram um apelo para que outros países da OTAN, que operaram aeronaves MiG-29 e Su-24/25, que façam o mesmo. O recado foi direto a Bulgária e a Eslováquia, que também teriam alguma contrapartida americana. Resta saber que o Governo de Putin irá criação sanções a Polônia, uma vez que o presidente russo havia dito que países que ajudassem a Ucrânia seriam considerados parte da guerra.
A Força Aérea da Polônia (Siły Powietrzne) tem cerca de 28 MiG-29A/M e MiG-29UM (biplace) em dois Esquadrões de Aviação Tática: 1. Eskadra Lotnictwa Taktycznego (Miñsk Mazowiecki – EPMM) e o 41. Eskadra Lotnictwa Taktycznego (Malbork – EPMB). São se sabe quantos estão em condições de voo.
Não foram divulgadas datas e nem mais detalhes, mas é esperado que a ida dos MiG-29 da Polônia até a Alemanha, ocorra o mais rápido possível, provavelmente, até sexta. A doação dos caças a Força Aérea da Polônia atende um pedido constante do presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, por mais armas, o que inclui aeronaves de combate.
Zelensky também vem, reiteradamente, pedindo à OTAN que crie uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, para impedir que aviões russos atacassem suas cidades e pontos estratégicos. Porém, a OTAN insiste que não confrontará as forças armadas russas na Ucrânia ou sobre ela, para evitar a escalada do conflito na Europa. Paliativamente, mísseis terra-ar FIM-92 Stinger estão sendo enviados para a Ucrânia em grande número através de suas fronteiras ocidentais para abater as aeronaves russas.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@CAS