Ucrânia: USAF não vai doar seus A-10 Warthogs. Nos últimos dias, face a Guerra na Ucrânia, muitas informações sobre ações e apoio ao país do leste europeu tem sido ventiladas na mídia. Algumas reais, outras especulações. Um delas seria o repasse de aeronaves a Força Aérea da Ucrânia, em sua maioria de origem russa como os MiG-29 já operados pela Ucrânia. Outras de origem americana, como o de enviar um lote de Republic A-10C Thunderbolt II (Warthogs).
Apesar dos pedidos de ex-oficiais de defesa dos EUA para que a USAF transfira algumas de suas aeronaves de ataque A-10A/C Warthog para a Ucrânia, não há planos para os aviões destruidores de tanques sejam enviados a guerra.
O secretário da USAF, Frank Kendall, disse que “não está ciente de nenhum plano atual, ou mesmo de qualquer discussão de um plano para colocar em campo ou fornecer A-10 aos ucranianos“. A declaração foi feita durante uma mesa redonda com repórteres no Simpósio Air Force Association’s Air Warfare.
Questionado, posteriormente, durante a mesma mesa redonda, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General CQ Brown, deu uma resposta semelhante: “Não estou ciente de quaisquer discussões ou planos dentro da Força Aérea dos Estados Unidos para fornecer A-10 para a Ucrânia”, disse ele.
À ideia de fornecer os A-10, foi rapidamente posta na mesa, assim que imagens de uma longa fila de tanques russos e outros veículos de combate e logísticos foram flagrado por satélites, dirigindo-se para Kiev e outras grandes cidades. A visão destes comboios agrupados, andado livres pelas estradas, mostrou que a aviação ucraniana não tinha mais capacidade de realizar ações ar-solo. Seus Su-24 e 25 provavelmente estavam sem capacidade e/ou o espaço já havia sido dominado pelos russos.
Isto fez com que vários meios de comunicação publicaram artigos de opinião de ex-oficiais dos EUA que defendiam que a USAF fornecesse à Ucrânia o A-10, uma aeronave talhada exatamente para esse fim.
A situação é no mínimo curiosa. Porque apesar da vontade d comunidade internecinal de ajudar, a USAF é a única operadora do A-10 e, para ele ser implantado na Força Aérea da Ucrânia, necessitaria um tempo para formar pilotos, mecânicos e armeiros. Tempo que hoje, não existe.
O uso de pilotos ou voluntários americanos, como a imprensa americana cogitou, criaria uma situação delicada para a OTAN, que hoje, está muito reticente em entrar diretamente no conflito. Há informações não confirmadas que, em intercâmbios, pilotos ucranianos teriam feita treinamento no A-10. Mas não se sabe mais dados de que tipo de treinamento e se for confirmado, onde eles estariam? Estariam vivos? Aptos a operar as aeronaves?
Philip Breedlove, ex-General da USAF e chefe do Comando Europeu dos EUA, e Kurt Volker, representante especial dos EUA para as negociações da Ucrânia de 2017 a 2019, escreveram que a USAF poderia transferir qualquer A-10 para a Ucrânia como excesso de equipamentos de defesa, o que é controverso. O principal impasse é que é exigido por lei, manter todos os 281 Warthogs atualmente em seu inventário em serviço. Embora seja previsto que 42 A-10 sejam desativados no ano Fiscal 2022 (FY22), o National Defense Authorization Act (NDAA) do FY22 no final do ano passado incluiu um adendo que proibiu quaisquer reduções.
Mesmo que os EUA queiram a transferência dos A-10 para a Ucrânia, pode ser tarde demais para ter um impacto em uma guerra contra a Rússia, disse Richard Aboulafia, especialista aeroespacial da AeroDynamic Advisory. “Muitas pessoas, compreensivelmente, veem aquela coluna russa indo para Kiev e ouvem aquele barulho característico do A-10 BRRRT”, disse ele ao Breaking Defense. “Mas treinar equipes não é um processo de duas horas ou dois dias. Torná-los proficientes e, portanto, ajudá-los a sobreviver contra alvos que estarão atirando de volta, leva semanas e, mais provavelmente, meses. E se os russos realmente levarem a sério o comprometimento de sua força aérea e alcançarem a superioridade aérea total, esses A-10 simplesmente seriam destruídos pouco depois de decolarem”, disse ele.
Siga-nos no Twitter @RFA_digital
@CAS