Crise na Ucrânia: a Rússia ataca! Após dois meses de de pressão na fronteira, a Rússia iniciou oficialmente uma “guerra anunciada”, cujo objetivo e anexar a Ucrânia ao seu território ou ao menos a sua esfera de influência, colocando um governo subordinado ao Kremlin. Pouco antes das 5h, no horário de Kiev (meia-noite no Brasil), o presidente russo Vladimir Putin divulgou um vídeo declarando uma “operação militar especial” para “desmilitarizar” a Ucrânia. Imediatamente começaram a chegar relatos de explosões em Kiev. Até o momento mais de 200 ataques foram feitos em território ucraniano.
As autoridades russas já haviam fechado o espaço aéreo ao longo da fronteira russo-ucrâniana para o tráfego aéreo civil nos últimos dias. O Centro de Informações Aeronáuticas da Rússia emitiu o NOTAM (Notice to Airmen) no domingo, que fecharia a maior parte do espaço aéreo sobre o Mar de Azov a partir da meia-noite e, no dia 22 emitiu outro NOTAM, avisando o fechamento a aeronaves civis do espaço aéreo ao longo da fronteira terrestre russo-ucraniana. Este NOTAM é válido até 18 de maio de 2022. Para muitos era o sinal do ataque, o que de fato, se confirmou horas depois. Como o comunicado de Putin havia sido gravado há dois dias, o ataque já estava programado desde o final de semana.
Nos últimos dias, a OTAN e os EUA vinham alertando que a Rússia pretende invadir a Ucrânia, e que o exercícios na fronteira da Rússia e Belarus com a Ucrânia, envolvendo mais de 150 soldados, eram na verdade, a preparação para uma invasão. A tensão na fronteira iniciaram com o pretexto de que Rússia não concorda com movimento de aproximação da Ucrânia da OTAN e da União Europeia, alegando que a aliança militar do ocidente estaria assim as portas da Rússia. Putin afirmou que a Ucrânia é uma marionete do Ocidente, exigindo garantias de que a Ucrânia não se juntaria à OTAN – algo desejado desde 2014. A presença de tropas e a realização de exercícios na fronteira foi de fato um ultimado.
Na segunda-feira 21/02, Putin encerrou um discurso extraordinário, de quase uma hora, no qual questionou o próprio conceito de uma nação ucraniana ao assinar uma declaração reconhecendo oficialmente as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk. Isso foi seguido por uma ordem de Putin para realizar atividades de “manutenção da paz” nos dois territórios ucranianos, que foram palco de um conflito de oito anos, desde a tomada da Crimeia pela Rússia em 2014.
As ações de guerra começaram com ataques a várias cidades, inclusive a capital Kiev. Estão sendo feitas ações aéreas com aeronaves, helicópteros e mísseis de cruzeiro, além de movimentos de tropas em terra dentro da região leste – Donetsk e Lugansk. A pouco a mídia informou que 16 regiões da Ucrânia estão sob fogo, em um movimento de ataques coordenados, o que demonstra que o objetivo militar é um conflito rápido ao estilo “guerra relâmpago”.
Por sua vez, o Ministério da Defesa ucraniano disse que um total de seis aviões da Força Aérea Russa e dois helicópteros foram abatidos desde o início do ataque. O Ministério da Defesa twittou que dois tanques também foram destruídos e que “cerca de 50 ocupantes russos” foram mortos. A mídia indicou que entre os aviões abatidos estavam dois Sukhoi Su-24 e um An-26 matrícul RF-36074 do 535º Regimento de Aviação Mista independente, abatido com mísseis MANPAD FIM-93 Stinger.
Oleksiy Arestovych, um conselheiro do Presidente Zelensky, foi citado pela Interfax dizendo que mais de 40 pessoas foram mortas e “dezenas estão feridas” desde o início do ataque russo.
Enquanto isso, a Rússia afirma ter destruído os sistemas de defesa aérea ucraniano e colocado várias bases “fora de operação”. As defesas aéreas ucranianas foram suprimidas. A infraestrutura militar das bases aéreas da Força Aérea Ucraniana foi degradada, disse o Ministério da Defesa Russo. Uma aeronave de transporte Antonov AN-26 teria sido abatida com 14 pessoas a bordo.
O aeroporto internacional de Kiev e nesta quinta-feira, informações iniciais é que estaria ocorrendo uma batalha entre ucranianos e russo pelo controle do aeroporto Hostomel (UKKM) da Antonov em Kiev. Relatos iniciais é que algumas aeronaves teriam sido destruídas, entre elas, o único Antonov AN-225 Mriya UR-82060. Porém o comandante da aeronave, confirmou em suas redes sociais que o aeroporto foi controlado, mas que o AN-225 não foi danificado.
Imagens divulgadas hoje pelas redes de notícias, mostram mísseis de cruzeiro sendo lançados do território Russo visando alvos na Ucrânia. Informações também dão conta que mísseis foram disparados de aeronave Tupolev Tu-95 e Tu-160, e também, de navios no mar de Azov.
Líderes da OTAN coderam o ataque, mas não devem enviar tropas ou interceder, penas protegendo o território dos membro da OTAN. Vários governos soltaram notas de protestos, entre eles o Reino Unido.
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