Canadá vai adquirir uma frota de drones militares. Após quase duas décadas de atrasos e debates políticos, o governo canadense finalmente lançou um edital internacional para a aquisição de veículos aéreos de combate não-tripulados (UCAV). Um pedido formal de propostas foi publicado na segunda-feira (14/02), convocando as duas empresas pré-selecionadas para concorrer ao contrato de aproximadamente US$ 5 bilhões.
O documento não indica o número de UCAV que o governo planeja comprar, mas deixa claro que as empresas deverão atenderão às necessidades militares e à economia canadense. Um contrato formal não é esperado pelos próximos dois, com as aeronaves sendo entregues entre 2025 e 2030.
As novas unidades aéreas de UCAV serão implantadas na 14ª Ala, em Greenwood, Nova Escócia, e na 19ª Ala, em Comox, Colúmbia Britânica, enquanto o Centro de Controle Principal será baseado em Ottawa. Cerca de 240 militares da Força Aérea Real Canadense (RCAF) irão compor as novas unidades UCAV, com 55 em Greenwood, 25 em Comox e 160 em Ottawa. A Base Aérea de Yellowknife também é identificado como um local operacional avançado.
Embora a entrega ainda muito distante, o fato dos militares terem chegado a esse ponto representa um grande avanço, depois de quase 20 anos de trabalho para identificar e comprar uma frota de drones que realizarão a vigilância do território canadense, além de apoiar as missões no exterior.
Em um passado não muito distante, a RCAF operou uma pequena frota arrendada de aeronaves não tripuladas, durante o conflito do Afeganistão. Esses UAV foram retirados de serviço há algum tempo.
As operações com drones militares tem cada vez mais tomando um importante papel em todo o mundo. Um relatório publicado pelo jornal da RCAF no final de 2015, mostrava que naquele período 76 forças armadas estavam usando drones, enquanto outros 50 países estavam trabalhando para iniciar as operações.
Nenhum governo anterior havia autorizado o uso de UAV como dispositivos permanentes das Forças Armadas Canadenses, até que o governo liberal os incluísse em sua política de defesa de 2017.
As críticas às operações canadenses com UCAV eram baseadas em preocupações sobre seu possível uso no seu território, e de inúmeros relatos de ataques aéreos de outras nações, particularmente Estados Unidos e Rússia, causando danos não intencionais e vítimas civis.
Com essa nova disposição, o governo reforçou que os UCAV serão usados da mesma forma que os vetores convencionais, como os caças e helicópteros de ataque. Eles serão incluídos em missões de vigilância e de inteligência, além de operações de ataques aéreos precisos contra alvos inimigos em locais onde o uso da força foi aprovado.
“Esses drones de média altitude e longa resistência com capacidade de ataque de precisão, só serão armados quando necessário, especificamente para realizar uma operação atribuída. Em todos os momentos, o uso da capacidade de ataque de precisão estará de acordo com a Lei de Conflitos Armados, bem como qualquer outra lei nacional ou internacional aplicável. O uso da força será aplicado seguindo as regras de engajamento aplicáveis à RCAF”, disse o Departamento de Defesa Canadense.
Fonte: CTV News
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