Restrições operacionais dos F-35A serão retiradas depois de quase dois anos. Depois de quase dois anos, a partir do próximo mês de julho, muito provavelmente as restrições impostas aos caças de quinta geração Lockheed Martin F-35A Lightning II serão retiradas. Desde a primavera de 2020 os pilotos de F-35A estão proibidos de voar a uma distância menor do que 25 milhas náuticas de quaisquer tempestades ou formações meteorológicas com raios.
Estas restrições foram impostas depois que técnicos descobriram que um sistema de proteção dos tanques de combustível poderia não funcionar corretamente se atingido por uma descarga elétrica. O sistema em questão é o OBIGGS (Onboard Inert Gas Generation System), ou Sistema Embarcado de Geração de Gás Inerte, responsável por injetar ar enriquecido com nitrogênio no interior dos tanques de combustível dos F-35, para torná-los não reativos em caso de impacto de raios.
Uma equipe que fazia inspeções de rotina em um caça, encontrou danos importantes nos tubos que bombeiam o nitrogênio para os tanques de combustível do F-35A. Em uma verificação mais abrangente, foi constatado que metade dos 24 aviões inspecionados apresentavam defeitos nas tubulações do gás inerte. A Lockheed Martin alegou que o problema estava ocorrendo depois da entrega dos jatos para a USAF.
Diante deste fato alarmante, uma força tarefa foi iniciada para modificar o sistema OBIGGS. Apesar da investigação ainda estar em andamento, e sem determinar a causa raiz das falhas, o F-35 Joint Program Office e a Lockheed Martin trabalharam em uma solução de engenharia para resolver definitivamente o problema. Além da modificação dos componentes, uma nova versão de software foi desenvolvida para avisar os pilotos sempre que o desempenho do OBIGGS estiver degradado.
Atualmente a USAF possui uma frota de cerca de 300 caças F-35A (ano-fiscal 2021). Com a modificação do novo OBIGSS aplicada na primeira aeronave, gradualmente todas as demais serão modificadas. Ainda assim, estima-se que as modificações estarão concluídas em toda a frota legada somente no final de 2025. Deste novembro de 2021, a Lockheed Martin está entregando os novos F-35A já com a versão melhorada do OBIGGS.
Em 03 de agosto de 2021, um F-35A do 6th Weapons Squadron, unidade de treinamento em armamentos e táticas de combate, subordinado ao Air Force Warfare Center, de Nellis AFB, Nevada, foi atingido por um raio. Conforme um relatório obtido pela Air Force Times em 14 de janeiro deste ano, o caça sofreu danos no canopi e alguns painéis da fuselagem, mas o piloto conseguiu retornar à base em segurança. A USAF classificou como um acidente de Classe B, com um custo de reparo da aeronave entre US$ 600.000 e US$ 2,5 milhões.
Uma semana antes, um F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais (USMC) foi severamente danificado por um raio. Ninguém ficou ferido, mas o USMC estimou o custo do reparo do avião em US$ 570.000, classificando como acidente de Classe C.
Nem todas descargas elétrica que atingem os aviões são reportadas, pois somente as que causam danos devem ser contabilizadas. Até o dia 25 de janeiro, unidades de F-35 da USAF, USMC e da Marinha dos EUA (USN) relataram que os seus aviões foram atingidos 15 vezes, ou um caso a cada 30.000 horas de voo, e cada incidente custou entre US$ 25.000 e US$ 570.000 em reparos.
@FFO