Expedição localiza destroços de um Curtiss C-46 desaparecido na II Guerra Mundial a mais de 77 anos. Um Curtiss C-46 Commando da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF), perdido em um acidente na Segunda Guerra Mundial, foi encontrado mais de 77 anos após desaparecer na região de Arunachal Pradesh, na Índia. Os destroços da aeronave, matrícula 42-96721 (c/n 30383), foram localizados em dezembro do ano passado, pela expedição liderada pelo explorador Clayton Kuhles, mas a informação só foi divulgada na última semana de janeiro.
No dia 6 de janeiro de 1945, o avião percorria o trajeto entre a do Aeródromo de Kunming-Wujiaba, no sul da China, e a Estação da Força Aérea de Chabua, na Índia, com quatro tripulantes e nove passageiros, quando desapareceu em meio a uma tempestade sobre a região de altas montanhas.
A expedição em busca do C-46 foi iniciada por Bill Scherer, filho de uma das pessoas que estavam no avião quando ele desapareceu. Scherer tinha apenas um ano e meio quando perdeu o pai. Ele procurou o explorador Clayton Kuhles, fundador da MIA Recoveries, uma organização sem fins lucrativos especializada em localizar aeronaves desaparecidas durante a Segunda Guerra Mundial e, quando possível, entregar os restos mortais dos combatentes para os familiares. Nenhum vestígio de restos mortais foi encontrado junto ao Curtiss Commando 42-96721, mas não descartou-se pistas nos arredores do acidente.
Apelidados pelos pilotos de “Flying the Hump” (algo como “Voando na Corcunda”), esses arriscados voos percorriam a região do Himalaia, o “Teto do Mundo”, e serviam para abastecer as tropas aliadas na China, Mianmar e na Índia, que combatiam o Japão na Guerra. As altas altitudes as condições climáticas frequentemente adversas, cobraram a vida de muitas pessoas.
No dia do acidente, o Curtiss Commando 42-96721 cumpria uma missão dos EUA para as tropas do General chinês Chiang Kai-shek. Entre abril de 1942 e novembro de 1945, aproximadamente 650 mil toneladas de suprimentos foram enviados para a China. Durante esta ponte aérea, um espantoso número de 594 aeronaves e 1.659 tripulantes foram perdidos, sendo que cerca de 400 dessas vitimas nunca foram encontradas.
“Tudo o que posso dizer é que estou muito feliz por saber onde ele está. Cresci sem pai. Tudo o que consigo pensar é na minha pobre mãe, recebendo um telegrama e descobrindo que seu marido está desaparecido e ela ficar comigo, um bebê de 13 meses”, disse Scherer em uma mensagem.
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