Lockheed seleciona locais para a produção do LMXT nos EUA. Caso a Lockheed Martin vença a próxima licitação de aeronaves reabastecedoras sob o projeto KC-Y da USAF, os jatos serão construídos nas instalações da Airbus no Alabama e na Geórgia, EUA. A informação foi divulgada nessa segunda-feira (31/01) por Larry Gallogly, Diretor da Empresa LMXT.
Em uma conferência para a mídia, Gallogly disse que os Airbus A330 poderão ser montados em Mobile, Alabama, e depois enviados para a configuração MRTT (Multi-Role Tanker Transport) exclusiva da USAF, no prédio L-10 da Lockheed, em Marietta, Geórgia. O histórico Edifício L-10 hospedou a linha de produção gigante C-5 Galaxy e, bem como a modernização da para a atual versão C-5M.
Estudos estão em andamento para determinar o espaço total necessário para acomodar a linha de produção do A330. Nenhuma nova construção será necessária em Marietta. Cerimônias de pronunciamento com os governadores de ambos estados ocorreram durante a segunda-feira (31/01).
Inicialmente um determinado número de aeronaves KC-Y seriam construídas em Toulouse, na França, e modificadas para o padrão MRTT em Getafe, Espanha, disse Gallogly. Os funcionários americanos seriam treinados nas linhas de produção existentes, antes que a empresa comece a construir aeronaves nos EUA. Esta ação reduz a curva de aprendizado e atinge taxas maiores de produção o mais rápido possível.
As instalações nos EUA irão produzir apenas aeronaves para a USAF, enquanto os MRTT de exportação, incluindo as aeronaves canadenses, ainda seriam construídas na Europa. A Airbus faria a maior parte da engenharia nas versões exclusivas dos EUA, disse Gallogly, aproveitando o know-how dos seus engenheiros sobre a aeronave, enquanto a Lockheed fará alguns processos de engenharia nos sistemas exclusivos para os EUA.
Nenhum A330 usado será convertido para a USAF, como foi feito para a Austrália, disse Gallogly: todos os jatos para os EUA serão novos. A conversão de aeronaves usadas deixa “muitas incertezas no processo… “, disse ele.
Um total de cerca de 1.300 empregos seriam criados no Alabama e na Geórgia, e Gallogly disse que o número se refere a “empregos diretos” e não é inflado com “empregos na cadeia de suprimentos ou qualquer outra coisa”.
Caso a Lockheed vença a licitação, a expectativa é de começar a entregar as primeiras aeronaves entre 2029 e 2030. Leva-se cerca de dois anos para construir um A330, e entre 18 e 24 meses para a conversão MRTT, disse Gallogly. A Lockheed espera, com rápidas reduções da curva de aprendizado, chegar rapidamente a 18 meses para conversão em Marietta.
A USAF deverá emitir um pedido de propostas possivelmente em março de 2023, com premiação no final de 2024. Serão cerca de 140 a 160 aeronaves KC-Y, para complementar a frota de KC-46 e substituir a maioria dos KC-135 ainda em operação na década de 2030. O LMXT será “construído na América, por americanos, para americanos” e cumprirá as leis da Buy American, disse Gollogly.
A unidade de Mobile foi selecionada porque o porto local facilitará a movimentação de grandes seções da aeronave, além da região ter um pool de mão de obra aeroespacial estabelecido. A instalação de Marietta é um local de produção da Lockheed há décadas, com uma força de trabalho altamente qualificada.
Embora a Lockheed trabalhe para obter o máximo de componentes do LMXT nos EUA, ela reconhece que atualmente há uma cadeia de suprimentos para o MRTT muito bem-sucedida. “Não queremos fazer nada que aumente o custo da aeronave ou induza qualquer risco à nossa produção e desempenho com a aeronave”, disse Gollogly., acrescentando: “Este avião tem que funcionar no primeiro dia. Os motores serão fornecidos pela Rolls Royce ou GE Aviation nos EUA. Existe muito conteúdo americano nesta aeronave”, salientou.
Em virtude de seu grande tamanho, o LMXT poderia ir mais longe com uma carga de combustível maior do que o KC-46, afirmou Gallogly. Duas estações de paletes no porão inferior do MRTT serão convertidas em tanques de combustível extras, para ampliar a capacidade de abastecimento do jato, que poderá decolar com todos os tanques cheios, disse ele. Uma grande capacidade é a “prioridade número um” da USAF. “Essa é a lacuna que precisa ser preenchida… [e]… é nisso que baseamos nossa configuração proposta.” Maiores alcance e capacidade são necessários para multiplicar as opções no teatro do Pacífico, onde as distâncias são grandes, e o LMXT poderá voar quase 10.000 milhas náuticas sem reabastecimento.
O LMXT será um posto de Comando e Controle Conjunto, uma vez que a USAF necessita que o futuro jato seja além de um reabastecedor, uma plataforma de comunicações avançada. A suíte JADC2 e os recursos de autodefesa tornarão o LMXT diferente dos atuais MRTT.
O atual sistema de reabastecimento por lança (flying boom) dos MRTT será mantido, para alívio da USAF. Gollogly disse que um oficial “muito sênior” da USAF perguntou a ele se o flying boom e o sistema de visão remota (EVS) seriam mantidos. Quando ele ouviu a respostas afirmativa, Oficial Sênior da USAF disse: “’Bom. Não estrague o boom” em alusão aos problemas que o KC-46A está enfrentando.
Em geral, a Lockheed espera novas especificações para o Programa KC-Y, pois as necessidades foram determinadas “há algum tempo, em um ambiente geopolítico muito diferente”, disse o executivo da LMXT.
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