Ucrânia: Finlândia quer seus F-35A “o mais rápido possível”. Em meio ao aumento da pressão russa sobre a Ucrânia, a Primeira-Ministra da Finlândia, Sanna Marin, disse na quinta-feira (27/01), que a Força Aérea Finlandesa (FAF) precisa receber os novos caças de quinta geração F-35A, “o mais rápido possível”.
“A Finlândia é um país geograficamente grande. Precisamos de uma frota de aeronaves que garanta a segurança em todo o nosso espaço aéreo. Vamos atualizar a nossa atual frota de caças americanos, e essa decisão foi tomada antes da recente escalada com a Rússia”, disse Marin. Questionada se o seu país se sente ameaçado pela Rússia, a primeira-ministra respondeu que “é importante que a Finlândia tenha meios para se proteger”.
Em dezembro de 2021, o governo finlandês celebrou o maior contrato de defesa da sua história, com o anúncio da aquisição de 64 modernos caças furtivos Lockheed Martin F-35 Lightning II, especialmente configurados de acordo com as necessidades da FAF. O caça norte-americano venceu a concorrência de quatro adversários, incluindo o seu conterrâneo Boeing F/A-18 Super Hornet, e os europeus Dassault Rafale, o Eurofighter Typhoon e o Saab Gripen.
O acordo envolve além da aquisição dos 64 aviões, armamentos personalizados, soluções de treinamento, suporte e manutenção até o final de 2030. O Ministério da Defesa finlandês planeja alocar cerca de €10 bilhões para este contrato. O estimado é que os F-35A da FAF sejam entregues entre 2025 e 2030.
Em uma mensagem de final de ano, o presidente finlandês, Sauli Niinisto salientou que a Europa não deveria estar apenas ouvindo a Rússia e a OTAN negociar uma nova arquitetura de segurança regional. “Devemos ter cuidado com o que está sendo falado e com quem. Não foi a primeira vez que muitos europeus tem perguntado: estamos no meio das discussões sem que estejamos incluídos?” , enfatizou Niinisto.
A Finlândia não faz parte da OTAN, mas tem sido um de seus parceiros mais ativos. O presidente Niinisto argumentou que em dezembro a a Rússia propôs aos Estados Unidos e à OTAN garantias de que a Aliança não se expandisse para o leste, ou colocasse armas nucleares de médio alcance em sua fronteira, que estaria “em conflito com a ordem de segurança europeia e desafiavam a soberania da Finlândia.”
“A soberania de vários Estados-Membros da OTAN, também da Suécia e da Finlândia, foi contestada. Isso torna a União Européia uma parte envolvida, não devendo apenas se contentar com o papel de coordenador técnico de sanções”, disse Niinisto.
Nos últimos meses a Comunidade Européia, a OTAN e a Ucrânia tem observado a Rússia de reunir tropas perto da fronteira ucraniana, em suposta preparação para uma invasão. A Rússia, disse repetidamente que não tem intenção de invadir a Ucrânia, enquanto enfatiza que tem o direito de movimentar tropas dentro de seu próprio território.
Por sua vez, a Rússia também expressou preocupação com a atividade militar da OTAN próximo das suas fronteiras, e o apoio militar contínuo da Ucrânia, incluindo um aumento no número de militares ocidentais na região separatista de Dombas. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que Moscou não exclui que a “histeria”, alimentada pelo Ocidente, em torno da Ucrânia visa cobrir os planos de Kiev de sabotar os Acordos de Minsk sobre Dombas.
Fonte: Eurasian Times
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