FAB desativa o 1º/4º GAV – Esquadrão Pacau. Depois de 11 anos sediado na Base Aérea de Manaus (BAMN) e equipado com o F-5EM, o 1º Esquadrão do 4º Grupo de Aviação (1º/4º GAV) foi desativado pela Força Aérea Brasileira (FAB). Suas aeronaves estão sendo repassada ao 1º GAVCA e ao 1º/14º GAV, uma vez que o 1º GDA não deverá receber mais aeronaves F-5M, face a conversão operacional para o F-39.
O 1º/4º GAV encerrou as atividades no dia 17 de dezembro, quando inclusive o alerta de defesa aérea (ALEDA) foi desmobilizado em Manaus. Agora a região do amazônica manterá apenas ALEDA com aeronaves A-29 dos 1º e 2º/3º GAV, sediados em Boa Vista e Porto Velho, respectivamente. A desativação, faz parte de um processo de reestruturação da FAB, para otimizar recursos para os projetos KC-390 e F-39. Além do 1º/4º GAV, o 1º/6º GAV e o 3º/7º GAV também foram desativados.
A história do Tetéu
Criado pelo decreto-lei 22.802 de 24 de março de 1947, o 1°/4° GAV nasceu como unidade de bombardeio e formação de pilotos de ataque, equipado com os Lockheed A-28A Hudson e North-American B-25J Mitchell, sendo ativado a partir de 29 de julho do mesmo ano em Fortaleza.
Em 1951 os A-28 foram desativados. Em 07 de dezembro de 1956 foi à vez dos B-25J, transferidos para o 2°/5° GAV, em Natal, que por sua vez, num “troca-troca”, transferiu seus Republic P-47D Thunderbolt para Fortaleza, transformando o 1°/4° GAV em uma unidade de caça com a missão de formar os novos pilotos. Foi então que a unidade herdou o famoso código rádio “Pacau”, que havia pertencido ao 3°/1° GAVCA e do 2°/5° GAV, bem como surgiu a igualmente famosa “bolacha” do bulldog “Tetéu”, desenhada pelo Cel.-Av. Camisão.
Foram tempos efervescentes em Fortaleza, pois além do P-47, o Esquadrão recebeu em 10 de dezembro daquele ano os primeiros Lockheed T-33A Thunderbird, inaugurando a era a jato na unidade. No ano seguinte, os P-47, já sem suprimento, acabam desativados e a formação dos aspirantes passou a ser realizada em aeronaves T-6D/G Texan.
A situação só seria normalizada em 1958 com a instrução sendo feita exclusivamente nos T-33A, que a partir de 17 de maio, ganham a companhia dos Lockheed F-80C Shooting Star, sendo o único a operar esse caça na FAB. Em 1967 os F-80C são desativados, dando lugar aos AT-33A, versão armada do T-33A adquirida em 1966 pela FAB junto aos estoques da USAF. O AT-33 permanece na ativa até abril de 1973, quando foi substituído pelos AT-26 Xavante, uma aeronave ímpar em sua história e que ajudou a consolidar o título de “Sorbonne da Caça”, ganho pela unidade pela dedicação na formação de pilotos e líderes para Aviação de Caça.
Em 09 de janeiro de 2002, o 1°/4° GAV trocou Fortaleza por Natal. Foi na Base Aérea de Natal que, em 2006, a unidade recebeu oito Atlas Impala Mk.2 (AT-26A na FAB), provenientes de um lote de 22 Atlas MB-326K Impala Mk.1 e Mk.2 adquiridos da África do Sul em 2005. O AT-26A teve uma vida efêmera, pois devido a problemas técnicos, foram desativadas em 2008.
Com a desativação dos AT-26 no 2°/5° GAV em dezembro de 2004, o 1°/4° GAV passou a ser o último reduto dos Xavantes na FAB, cabendo a ele a honra de sua desativação operacional. Após 37 anos de operação com o Xavante e mais de 270 mil horas de voo na unidade, finalmente, a 03 de dezembro de 2010 os AT-26 davam adeus ao “Pacau”, abrindo caminho para a era supersônica com os F-5EM e uma nova mudança de sede. O 1°/4° GAV passava a integrar na 1ª linha da Aviação de Caça da a partir de 15 de dezembro de 2010, quando é ativado em Manaus com os F-5EM.
O 1°/4° GAV possuía três esquadrilhas operacionais (Copas, Espadas e Paus). Estava equipado com os F-5EM e cumpria exclusivamente missões de defesa área e superioridade aérea. Era subordinado operacionalmente ao COMPREP e é sediado na Base Aérea de Manaus (Ala 8). Durante 11 anos foi o responsável pela RDA-4 (4ª Região de Defesa Aérea) e como tal o Esquadrão Pacau manteve um ALEDA 24h dos 365 dias do ano. A desativação do 1°/4° GAV poderá ser revertida, pois há uma possibilidade do “Pacau” ser reativado como a segunda unidade de F-39E em Anápolis (Ala 2).
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