Mirages 2000-9 da UAEAF para Marrocos e Egito? Quando os Emirados Árabes Unidos negociaram a compra de 80 caças franceses Dassault Rafale F4, uma das condições estabelecidas em contrato foi a absorção de cerca de 60 Mirage 2000-9 da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos (UAEAF). Inicialmente cogitou-se repassar parte dos M2000 para o Iraque, mas este acordo não foi adiante.
Os M2000-9 da UAEAF foram modernizados em 2019 pela Dassault Aviation, Thales e MBDA, a um custo total estimado de US$ 490 milhões. Como o pedido dos Rafale, o destino dos Mirage dos Emirados é uma questão em aberto e especialmente importante, tendo em vista que essas aeronaves ainda têm um grande potencial de utilização.
Recentemente surgiram boatos da mídia de que Abu Dhabi estaria planejando vender seus Mirage 2000-9 para o Egito e Marrocos, dois países com os quais mantêm laços estreitos.
Assim como a UAEAF, recentemente a Força Aérea do Egito (EAF) anunciou a aquisição de 30 novos Rafale (leia aqui), reforçando a sua atual frota de 24 caças franceses deste modelo. Por outro lado, os egípcios operam uma frota de aproximadamente 20 Mirage 2000, adquiridos na década de 1980, e que não tem previsão para desativação. Desta forma, os “novos” M2000-9 dos Emirados, chegariam para reforçar essa frota, sem impactar nos sistemas de logística e suporte da frota.
A Força Aérea Real Marroquina (RMAF) possui uma frota de 27 Mirage F1, atualizados entre 2006 e 2011 para o padrão ASTRAC (MF2000). Essa modernização consistiu, em particular, na integração de equipamentos comuns ao Mirage 2000-5, incluindo os radares Thales RDY-3. De acordo com a mídia local, caso os Mirage 2000-9 sejam recebidos pela RMAF, seria possível a desativação de cerca de 30 jatos mais antigos entre os F-5E e os Mirage F1 marroquinos.
Como qualquer transferência de equipamentos militares para terceiros, obrigatoriamente será necessária a autorização da França. Especialmente no caso do Marrocos, certamente Paris enfrentará indisposição por parte da Argélia, diante das restrições que afetam as relações diplomáticas de ambos países, a tal ponto que o espaço aéreo argelino é restrito para os aviões militares franceses voando para o Sahel.
O Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos é uma aeronave multimissão, equipado com radar RBY-2 e capaz de operar pod de designação de laser Shehan (derivado do pod Damocles), mísseis ar-ar MICA, míssil de cruzeiro Black Shaheen (versão de exportação do SCALP-EG francês), míssil anti-navio Exocet e as bombas guiadas PGM-500 Hakim.
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