J-20 chinês entra em produção com motores WS-10. O Chengdu J-20 um caça stealth de quinta geração, entrou em produção seriada neste fim de ano, após substituir o motor russo Saturn AL-31 pelo motor chinês Shenyang Liming Aircraft Engine Company WS-10 de fabricação nacional.
Tradicionalmente, os caças chineses são movidos por motores russos, que têm uma vida útil relativamente mais curta. A China há muito aspira a desenvolver o seu próprio motor e obter o máximo de flexibilidade, ultrapassando assim as restrições criadas pelos motores russos. Em setembro de 2021, dois jatos stealth J-20 foram lançados com motores nacionais na cerimônia de abertura do Zhuhai Airshow, na província de Guangdong, no sul da China. A apresentação de sinais claros que a produção em série estava próxima.
A Chengdu Aircraft Industrial Group Co Ltd realizou várias missões de ensaios em voo nos últimos meses com o novo motor WS-10, com índices operacionais muito bons. A mudança para motores WS-10 produzidos internamente permitiu o início da produção em massa, lembrando que outros sistemas a bordo do J-20, como aviônicos, radar e sistemas de armas, já são construídos localmente, o que traz um processo cada vez maior de independência.
O Mighty Dragon está agora finalmente em condições de entrar em produção em massa, uma vez que não há restrições impostas pela importação de motores, e o motor WS-10 de fabricação nacional já foi testado em outras aeronaves, como o J-10, o J -11 e J-16.
“Veremos os J-20 operados por todos os comandos no teatro leste, sul, oeste, norte e centro em um curto período de tempo”, disse Fu Qianshao, um especialista em aviação militar chinesa, “e eles se tornarão a principal força para garantir a soberania e segurança do território espaço aéreo da China”.
Por que a China está abandonando os motores russos? No início da década de 1990, a People’s Liberation Army Air Force (PLAAF) dependia da importação e da engenharia reversa de caças russos e tecnologias relacionadas. Porém de umas décadas para cá, recentemente a indústria nacional chinesa passou não só a replicar e copiar, mas desenvolver tecnologia sem precedentes. Essa mudança faz parte dos esforços de Pequim para alcançar maior autossuficiência na produção de defesa. E esta é a palavra: autossuficiência. A independência que permitirá a expansão regional pretendida pea China.
O J-20 parece ter se tornado um símbolo do poderio militar da China e tem sido frequentemente apresentado em desfiles militares e shows aéreos. A China enviou dois J-20s para bases aéreas de Xinjiang após um confronto com as forças indianas na disputada fronteira no ano passado, como exemplo de força.
No entanto, o J-20 tem vinha sendo prejudicado pela falta de motores de alto desempenho que fossem eficientes e duráveis. De acordo com o South China Morning Post, a China não pode confiar nos motores russos, já que Moscou quer que Pequim compre mais caças Su-35 em troca da venda do motor AL-31F. A China foi o primeiro cliente estrangeiro a adquirir jatos Su-35, gastando US$ 2,5 bilhões em 24 caças Sukhoi Su-35.
Ao equipar a aeronave com um motor local, acredita-se que o J-20 seja capaz de melhorar sua já insatisfatória relação empuxo-peso. Isso também pode aliviar a indústria de defesa chinesa de sua dependência dos motores a jato de fabricação russa no futuro.
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