Photograph taken from a Japanese plane during the torpedo attack on ships moored on both sides of Ford Island. View looks about east, with the supply depot, submarine base and fuel tank farm in the right center distance. A torpedo has just hit USS West Virginia on the far side of Ford Island (center). Other battleships moored nearby are (from left): Nevada, Arizona, Tennessee (inboard of West Virginia), Oklahoma (torpedoed and listing) alongside Maryland, and California. On the near side of Ford Island, to the left, are light cruisers Detroit and Raleigh, target and training ship Utah and seaplane tender Tangier. Raleigh and Utah have been torpedoed, and Utah is listing sharply to port. Japanese planes are visible in the right center (over Ford Island) and over the Navy Yard at right. Japanese writing in the lower right states that the photograph was reproduced by authorization of the Navy Ministry. U.S. Naval History and Heritage Command Photograph.
80 anos do ataque a Pearl Harbor. Há exatos 80 anos ocorria o famoso ataque japonês as ilhas do então território americano do Havaí, mais precisamente a base naval da Marinha dos Estados Unidos de Pearl Harbor, que se tornaria o estopim da entrada americana na Segunda Grande Guerra. A diplomacia havia falhado.
Todos os seis porta-aviões de primeira linha da Marinha Japonesa – Akagi, Kaga, Soryu, Hiryu, Shokaku e Zuikaku foram designados para a missão (Operação Z ou Havaí) naquele dia 7 de dezembro. Com mais de 420 aviões embarcados, esses navios constituíram de longe a força-tarefa de porta-aviões mais poderosa já montada.
O Vice-Almirante Chuichi Nagumo, um oficial experiente e cauteloso, comandou toda a operação. Sua Força de Ataque de Pearl Harbor também incluiu navios de guerra rápidos, cruzadores e contratorpedeiros e navios-tanques para abastecer os navios durante sua passagem pelo Pacífico.
Uma Força Expedicionária Avançada de submarinos, cinco deles carregando mini-submarinos. O objetivo era patrulhar o Havaí e atacar os navios americanos que tentassem escapar para mar aberto, usando os mini-submarinos.
Sob o maior sigilo, Nagumo levou seus navios ao mar em 26 de novembro de 1941, com ordens de abortar a missão caso fosse descoberto, ou caso a diplomacia operasse um milagre imprevisto. A frota traçou o caminho menos usado e mais remoto do Pacífico, pasando por diversas tormentas, clima gélido e mar agitado. Tudo para não serem descobertos e em total silêncio rádio. Comunicações só por sinais. Antes do amanhecer de 7 de dezembro, sem ser descoberta e com perspectivas diplomáticas firmemente encerradas, a Força de Ataque de Pearl Harbor estava a menos de 500 quilômetros ao norte ho Havaí.
Uma primeira onda de ataque de mais de 180 aeronaves, incluindo aviões-torpedeiros, bombardeiros, bombardeiros de mergulho e caças, foi lançada rumo ao sul. Quando o primeiro grupo decolou, uma segunda onda de ataque de tamanho semelhante, mas com mais bombardeiros de mergulho e sem torpedeiros, foi enviada ao amanhecer.
Às 07h48 começa o ataque, que duraria cerca de 3h, com os aviões japoneses iniciando com bombardeios aos campos de aviação. Por um erro de sinalização do líder da formação – todo o voo foi em silêncio rádio, o ataque começou fora do programado. O Capitão Mitsuo Fuchida usaria sinalizadores para comandar o ataque. Um sinal significaria que os americanos haviam sido pegos de surpresa. Dois sinais, significava que haviam percebido a aproximação japonesa.
Com penas um sinalizador, o plano era atacar primeiro o porto. Dois, o plano era atacar primeiro os aeródromos, para evitar uma reação aérea dos americanos. A força de ataque não foi detectada e Fuchida cumpriu o programado, lançando apenas um sinalizador. A confusão se deu porque Fuchida entendeu que o sinal não foi visível a todos e, inadvertidamente, lançou um segundo para reforçar a ordem. Porém, isto gerou dúvida e parte da frota de ataque entendeu que haviam sido descobertos, por isto os dois sinais, e seguiu o plano B. Então o ataque virou um misto de planos A e B com aeronaves japonesas se cruzando e atrapalhando alguns ataques.
Independent disto às 07h55 o Capitão Mitsuo Fuchida enviou do seu Nakajima BN52 a mensagem de código, “Tora, Tora, Tora,” para a frota japonesa, após sobrevoar sobre Oahu, para indicar que os americanos haviam sido pegos por surpresa.
O ataque aéreo surpresa das aeronaves da Marinha Imperial Japonesa por volta das 8h daquele domingo 7 de dezembro, matou mais de 2.400 americanos e destruiu completamente o encouraçado americano USS Arizona, ao mesmo tempo que emborcou o USS Oklahoma e destruiu o USS Utah. O ataque afundou ou encalhou um total de 12 navios e danificou outros nove. Mais de 160 aeronaves foram destruídas e 150 outras danificadas. Destes navios, apenas três não foram recuperados: Oklahoma, Arizona e o Utah, mostrando que o ataque não fora afinal tão eficiente.
Uma terceira onda de ataque da Marinha Japonesa, que estava prevista, foi abortada. A Marinha comunicou a Tóquio e ao imperador Hirohito o sucesso da operação. Porém, ela não foi um sucesso absoluto. Um dos principais objetivos era destruir os porta-aviões da US Navy no Pacífico. A Marinha tinha sete porta-aviões em 1941. Quatro deles – os USS Ranger, Yorktown, Hornet e Wasp – estavam estacionados na costa leste, prontos para lidar com os submarinos alemães, que já haviam causado vários incidentes na região com navios mercantes.
Os três porta-aviões da Frota do Pacífico – os USS Enterprise, Lexington e Saratoga estavam sendo usados para apoiar os esforços de reforço no Pacífico e portanto, não estavam em Peral Harbor. Coincidência ou uma precaução? O fato é que o objetivo de enfraquecer a US Navy no Pacífico e assim permitir a expansão japonesa na região, sem uma resistência de fato, não se concretizou.
O Império do Japão pretendia com o ataque uma ação preventiva para impedir a Frota do Pacífico dos Estados Unidos interferisse em suas ações militares planejadas no sudeste da Ásia contra territórios ultramarinos do Reino Unido, Holanda e dos EUA.
O ataque pegou o país de surpresa, especialmente a base mal preparada de Pearl Harbor, com um Estados Unidos que, em grande parte, não acreditava em um ataque japonês a seu território, mesmo com as ameaças e insucessos diplomáticos. A surpresa vai porém até certo ponto, porque a base naval de Pearl Harbor desde o período entre guerra sempre foi reconhecida pelas Marinhas do Japão e dos Estados Unidos como um alvo em potencial. Avisos e intenções sutis dos japoneses não faltaram.
O Almirante japonês Isoroku Yamamoto, um dos mais notáveis estrategistas militares da história e considerado o principal mentor do ataque a Pearl Harbor, era um opositor ferrenho de uma guerra aberta com os Estados Unidos. Porém, seus superiores, não pensavam da mesma forma. Após o ataque a Peal Harbor e de saber que não haviam sido eliminados os porta-aviões americanos, ele disse a histórica frase: “receio que tenhamos acordado um gigante adormecido”! O que de fato ocorreu.
O Japão anunciou uma declaração de guerra aos Estados Unidos no mesmo dia 7 de dezembro (8 de dezembro em Tóquio), mas a esta não foi entregue até o dia seguinte. Ou seja o ataque já foi feito sob uma declaração de guerra, assinada pelo imperador, porém não entregue. O que denota que foi atrasada para garantir o efeito surpresa.
O Presidente Frank D Roosevelt declarou guerra ao Japão em 8 de dezembro, logo na abertura de uma sessão conjunta do Congresso. O seu discurso do “Dia que viverá na infâmia para sempre” ainda é tão poderoso agora quanto era há 80 anos, quando sinalizou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.
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