Japão quer um caça com a capacidade dos F-22 Raptor. Três anos após o Japão anunciar o seu programa de caças stealth de sexta geração, chamado “FX” ou “F-3”, o país ainda está ponderando suas opções. Com o aumento da pressão chinesa e o envolvimento do Japão em quase todas as disputas nos mares do sul e leste da China, seu programa nacional de caças se torna ainda mais importante.
Após este período de escolha de parceiros para o projeto e as especificações do novo vetor, a Força Aérea de Autodefesa do Japão (JASDF) concluiu no início deste ano que seu futuro caça F-3 deveria ter mais capacidade de transporte de armamentos, em comparação com os atuais F-35 Lightning II.
Assim, o país terá que desenvolver uma aeronave similar ao do F-22 Raptor, ou adquirir um jato não stealth da mesma classe do F-15EX, se realmente quiser que o seu novo caça transporte mais mísseis.
A fabricante norte-americana Lockheed Martin se propôs a participar no desenvolvimento do F-3, que deverá combinar a fuselagem do caça stealth F-22 e os sensores e eletrônicos do F-35. Essa parceria permitirá que a Lockheed Martin contorne a política de “proibição de exportação” do governo dos EUA em relação aos seus F-22 Raptors. Simultaneamente, a empresa trabalha para ampliar os compartimentos de armas dos seus F-35, enquanto Tóquio pondera as suas opções.
“Nos últimos anos, a Lockheed Martin desenvolveu conceitos de design avançados para incorporar seis mísseis ar-ar (em vez de quatro) nos compartimentos de armas internos das variantes F-35A e F-35C. Ampliando a capacidade de armamentos internos, com dois mísseis adicionais, mantendo a configuração stealth, enquanto a letalidade e a capacidade de sobrevivência são significativamente melhoradas”, disse o porta-voz da empresa, Michael Friedman.
O futuro caça japonês deverá ser capaz de transportar mais mísseis ar-ar que o Lockheed Martin F-35, afirmou o Ministro da defesa do Japão, Taro Kono. Essa informação não é nenhuma novidade, tendo em vista que o Japão já expressou anteriormente a sua insatisfação com as capacidades de mísseis ar-ar do F-35, ponderando sobre as futuras opções. Lembrando que o Japão é o maior cliente externo do caça stealth norte-americano.
Um dos principais problemas do F-35 é sua capacidade de armamento relativamente modesta, quando operando em modo furtivo. Em sua configuração atual, a versão de decolagem convencional F-35A, pode transportar apenas quatro mísseis ar-ar AIM-120 nos compartimentos internos, enquanto os caças avançados J-20 da Força Aérea Chinesa (PLAAF), têm capacidade para seis mísseis.
A assinatura radar de uma aeronave é significativamente aumentada, quando transporta armamentos em cabides externos, e por esse motivo os modernos caças stealth transportam os seus armamentos internamente. Esta característica pode limitar a capacidade de carga de um avião, colocando-o em desvantagem em um combate aéreo.
O Lockheed F-22 Raptor da USAF, tem capacidade de levar até oito mísseis em seus compartimentos internos, entretanto por restrições políticas, esta aeronave não pode ser exportado para o Japão.
O Japão anunciou o Projeto FX ou F3, depois que os Estados Unidos – seu principal parceiro de defesa – se recusou a fornecer os F-22 Raptor. Esses jatos deveriam substituir a envelhecida frota de F-4 Phantom e F-15 Eagle da JASDF.
A proximidade do Japão com Taiwan, torna a sua segurança nacional intrinsecamente ligada à ilha autônoma, que está seriamente ameaçada pela China. Em janeiro deste ano, o Japão apresentou um “Livro Branco de Defesa”, que trata sobre os meios para mitigar as táticas das forças armadas chinesas.
Ao enfrentar um adversário com uma frota duas vezes maior que a sua, o Japão trata como um assunto político de segurança nacional, o desenvolvimento de um novo caça stealth avançado, capaz de conter os modernos J-20 chineses.
As limitações de armas do F-35 também afetam as decisões estratégicas dos EUA, que estão comprando os novos Boeing F-15EX convencionais (não stealth), com maior capacidade de armamentos, simultaneamente às aquisições dos Lightining II. Os F-15EX podem carregar até 22 mísseis, de acordo com o piloto de testes da Boeing, Matt Geise, citado pelo National Interest.
Embora o Japão tenha cerca de 147 Lockheed Martin F-35 Ligtining II, permanece uma lacuna significativa entre as capacidades da JASDF e da PLAAF. Para manter a dissuasão na região, o Japão precisa acelerar seu processo de aquisição de caças.
@FFO