Dassault Rafale M: decolagem via ski-jump? O novo porta-aviões da Marinha da índia está entando um uma fase de testes decisiva para sua em serviço. O comissionamento oficial do INS Vikrant (R11) está programado para agosto de 2022, pouco antes do 75º aniversário da independência da Índia. Durante a terceira fase de testes, agendada para dezembro de 2021, o R11 realizará voos de ensaios embarcados com aeronaves de asa fixa e rotativas, viando a implantação do futuro grupo aéreo do navio. Com isto, a Dassault Aviation vai intensificar seus trabalhos para fazer do Rafale M o vetor principal do novo porta-aviões.
A empresa francesa deverá levar a versão naval do Rafale para a Índia no início de 2022 para mostrar sua capacidade de realizar decolagens via sky-jump, o padrão de decolagem adotado pelos porta-aviões da Marinha da Índia. Fontes da Dassault disserem que a empresa está planejando uma oferta de peso para que, assim como a Indian Air Force (IAF), a Indian Navy também opere o Rafale.
“O Rafale M não decolará do porta-aviões (durante o showcase), mas da instalação de teste em terra (SBTF – Shore-Based Test Facility) em INS Hansa, Goa. A Dassault Aviation está confiante e quer mostrar sua capacidade na própria Índia ”, disse uma fonte.
A aeronave não foi projetada para este tipo de operação e hoje dos usuários do Rafale, apenas a Marine Nationale (Marinha Francesa) emprega versão M (Marine), ou seja, a naval. Mas isto também vale para o seu concorrente ditero, o F/A-18E/F Super Hornet, igualmente projetado, testado e operacional em catapultas convencionais (CATOBAR – Catapult Assisted Take-Off But Arrested Recovery). Porém, o Super Hornet mostrou em novembro do ano passado ser capaz de decolar no sistema sky-jump (STOBAR – Short Take-Off But Arrested Recovery) ao menos quando lançado em terra. O lançamento e testes bem sucedidos de decolagem do Super Hornet ocorreram em agosto de 2020, como noticiamos aqui.
O comportamento de uma aeronave de caça por alguns segundos após as decolagens com salto de esqui, até que ganhe sustentação, é crítico e por isto, os testes em solo são apenas uma parte da equação. É a bordo com todas as nuances operacionais, peso, vento relativo do convés, que uma aeronave comprova sua capacidade. Isto valerá ainda mais para dois vetores não planejados originalmente para o STOBAR.
Para muitos o Super Hornet deu um salto a frente do Rafale e do MiG-29K, que para muitos é considerado “um concorrente correndo por fora”, mesmo em sua versão MiG-35K, que ainda é uma incógnita operacional.
Porém, se o Rafale provar ser capaz de decolar va sky-jump, ainda mais em solo indiano, isto poderá dar um novo rumo a competição que visa adquirir pelo menos 57 novos caças navais. Vale lembrar que a Marinha Indiana, também poderá ficar com os MiG-29K por mais um tempo, até que um novo caça de 5ª geração, que o país está começando a desenvolver designado TEDBF ou Twin Engine Deck Based Fighter desenvolvido pela Hindustan Aeronautics Limited (HAL), tenha uma versão naval.
Construído Cochin Shipyard Limited (CSL), o INS Vikrant (R11) foi encomendado em 2004 e lançado em agosto de 2013. Ele desloca 45 mil toneladas e pode levar até 40 aeronaves. Seu custo está estimado em mais de US$ 3,1 biliões.
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