Avança o desenvolvimento da versão anfíbia do C-130J Super Hércules. Há alguns meses, noticiamos aqui a intenção do Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos Estados Unidos (AFSOC) em desenvolver uma versão anfíbia para o Super Hércules, chamada MC-130J Amphibious Capability, ou simplesmente MAC. Na ocasião havia apenas esboços conceituais e sem detalhes, mas eis que agora surge um comunicado oficial da USAF apresentando o projeto.
Na nota publicada em 14 de setembro, o Comando de Operações Especiais da USAF, ratifica o seu pensamento sobre o projeto do C-130 Hércules, que apesar de quase septuagenário, ainda se apresenta como uma aeronave incrivelmente versátil que, apesar do seu porte, opera nos mais diversos locais, desde pistas não preparadas, deserto, gelo e até mesmo em um porta-aviões, porém chama a atenção que o quadrimotor da Lockheed nunca pousou na água, um ambiente que cobre mais de 70% do nosso planeta.
O AFSOC reconhece que os objetivos estratégicos dos EUA estão mudando o foco para as regiões litorâneas, e novas abordagens são necessárias para expandir o leque operacional desta plataforma multi-missão, para além de pistas de pouso em ambientes constituídos.
Em parceria com a diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Estratégico do Laboratório de Pesquisa da USAF (AFRL-SDPE – Air Force Research Lab’s Strategic Development Planning and Experimentation), o AFSOC está trabalhando no MC-130J Commando II Amphibious Capability (MAC), com objetivo de ampliar a capacidade para incluir operações especiais em ambientes marítimos.
“O desenvolvimento do MAC é o culminar de um grande esforço em várias frentes. Essa capacidade permite que a Força Aérea aumente o acesso para realizar infiltração, exfiltração e recuperação de pessoal, além de fornecer capacidades logísticas aprimoradas para competição e conflito futuros”, disse o Tenente Coronel Josh Trantham, Chefe da Divisão de Ciência, Sistemas, Tecnologia e Inovação da AFSOC (SST & I).
O desenvolvimento de versão com flutuadores removíveis para o MC-130J, permitirá operações independentes de pistas constituídas o que, de acordo com Trantham, estenderia o alcance global e a capacidade de sobrevivência desta aeronave de Comando Aéreo. “As operações marítimas oferecem zonas de pouso quase ilimitadas, proporcionando flexibilidade significativa para a Força Conjunta”, disse Trantham.
Utilizar a capacidade do MAC pode fornecer acesso operacional ilimitado às hidrovias, para distribuir as forças se os acessos terrestres estiverem comprometidos.
“O MAC será vital no futuro, porque permitirá a dispersão de ativos em uma Área de Operações Conjuntas. Essa capacidade dificulta que a aeronave se torne um alvo para os nossos adversários, e limita a vulnerabilidade da plataforma em locais fixos”, afirmou o Maj Kristen Cepak, Chefe da Divisão de Transição de Tecnologia da AFSOC
No momento, há uma iniciativa de prototipagem de cinco fases em andamento, com proposta para uma demonstração operacional do conceito MAC em apenas 17 meses. Este cronograma bastante ambicioso, está embasado em conceitos de engenharia digital, como modelagem de realidade virtual (VR), designs computadorizados (CAD) e um ambiente virtual conhecido como Digital Proving Ground (DPG).
No passado, a Lockheed Martin conduziu vários estudos de design sobre esse tipo de capacidade, incluindo pelo menos uma variante baseada no C-130J Super Hércules, no final da década de 1990.
“Acreditamos que o MAC poderá ser usado por nossos aliados e parceiros em várias plataformas C-130. Além disso, expandir o uso operacional de uma aeronave anfíbia junto com outras ferramentas inovadoras, oferecerá dilemas ainda mais complexos do futuro cenário de combate, para nossos concorrentes”, explicou o Tenente-Coronel Josh Trantham.
Fonte: AFSOC
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