Patrulha Aérea Civil dos EUA: uma das Forças Auxiliares da USAF. Em 2015, a USAF atualizou a sua Doctrine Volume 2 “Leadership”, para incluir oficialmente a Patrulha Aérea Civil (CAP – Civil Air Patrol), como uma Força Auxiliar componente da estrutura da Força Total.
“Todas unidades aéreas, incluindo a Patrulha Aérea Civil, são diretamente responsáveis pela aquisição, fornecimento, suporte, lançamento e condução poder aéreo. A CAP tem um papel crítico de atrair e formar indivíduos interessados em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e que podem ajudar a reformular o projeto da Força Aérea de acordo com a ‘Accelerate Change or Lose’ Action Orders”, disse o General CQ Brown Jr, Chefe do Estado Maior da USAF.
A Doctrine “Leadership” lista o contingente ativo da USAF, que é composto pela Guarda Aérea Nacional, Reserva da Força Aérea, aposentados, contratados e outros grupos de apoio, que compõem as partes constituintes da Força Total. Oficialmente a Patrulha Aérea Civil está subordinada à First Air Force (1st AF) da USAF.
A Força Auxiliar tem realizado um importante papel no combate contra a pandemia COVID-19 nos EUA. Eles vem realizando diariamente, desde 2020, missões de suporte com voos para a entrega de kits de teste, vacinas e equipamentos de proteção essenciais para hospitais, em um esforço coordenado nunca antes vistos desde a Segunda Guerra Mundial.
A inclusão da Patrulha Aérea Civil no contexto da USAF, permite que aproximadamente 59.000 voluntários realizem missões de apoio – não diretamente relacionadas à segurança e combate – em todo o território dos Estados Unidos. Eles também atuam como embaixadores da USAF, em comunidades que tem pouco (ou nenhum) contato consistente com as forças militares.
“A CAP está em mais de 1.400 comunidades nos Estados Unidos e seus territórios. Em muitos casos, o CAP pode ser a unidade associada à USAF mais próxima com a qual uma pessoa interessada em aviação militar tenha contato”, disse John Russo, o vice-Assistente Auxiliar da Força Aérea Auxiliar.
Os membros auxiliares realizam 90% das missões de busca e resgate no território americano, atribuídas pelo Air Force Rescue Coordination Center e outras agências, e tem cerca de 7.000 tripulantes e 33.000 profissionais treinados de acordo com os padrões da Federal Emergency Management Agency.
“A Patrulha Aérea Civil reforça muitas das operações internas da USAF. Eles voam em missões, gastando cerca de 1/4 do custo de uma unidade ativa da Força Aérea. Por exemplo, durante cada resposta às missões de apoio em furacões, o programa economiza US$ 8 milhões para a USAF. Eles também são reconhecidos pelo Centro de Coordenação de Resgate Aéreo em salvar cerca de 100 vidas a cada ano”, disse Russo.
A Patrulha Aérea Civil oferece treinamento de interceptação para as unidades de caça da USAF, transporte de cargas leves, coleta de imagens aéreas para avaliações de danos em desastres em apoio as agências locais, estaduais e nacionais, juntamente com ajuda humanitária em desastres.
Outro exemplo de como a Força Aérea Auxiliar fornece apoio para os Estados Unidos, é sua capacidade de ser o caminho de muitos estudantes interessados em seguir carreira na aviação.
“A Patrulha Aérea Civil tem cadetes a partir de 12 anos de idade, e oferece a esses jovens a chance de aprender mais sobre as Forças Armadas e os serviços prestados à comunidade. A CAP tem esquadrões localizados em áreas de difícil acesso, apresentando para os jovens desses locais, as oportunidades que a Força Total oferece”, explicou Russo.
A Patrulha Aérea Civil é uma organização ao estilo da USAF, com valores, estrutura e foco no setor aeroespacial. Para os jovens americanos que buscam aprender sobre o serviço militar, dar o retorno para a sua comunidade e obter uma carreira na aviação civil ou militar, a Patrulha Aérea Civil é uma grande oportunidade (Fonte: USAF).
A história da Patrulha Aérea Civil dos Estados Unidos
As origens da Patrulha Aérea Civil datam de 1936, quando Gill Robb Wilson, aviador da Primeira Guerra Mundial e diretor da aeronáutica de Nova Jersey, voltou da Alemanha convencido da guerra iminente. Wilson imaginou mobilizar os aviadores civis da América para a defesa nacional, uma ideia compartilhada por outros.
Em Ohio, Milton Knight, um piloto e empresário, organizou e incorporou a Reserva Aérea Civil (CAR) em 1938. Outras unidades de aviação civil, com organização e estilo militar, surgiram em todo o país, treinando para a defesa interna.
Em 1941, Wilson, juntamente com Fiorello H. LaGuardia, prefeito de Nova York, diretor do Escritório Federal de Defesa Civil e aviador da Primeira Guerra Mundial, Thomas H. Beck, editor, e Guy P. Gannett, jornalista, propuseram o programa aperfeiçoado CADS (Serviços de Defesa Aérea Civil (CADS), como o modelo de organização dos recursos da aviação civil do país.
A proposta de uma Patrulha Aérea Civil foi aprovada pelos departamentos de Comércio, Marinha e Guerra em novembro dquele ano. A sede nacional do CAP abriu suas portas em 1º de dezembro, sob a direção do comandante nacional Major General John F. Curry. Outras unidades aéreas existentes logo se fundiram sob a bandeira CAP.
Em janeiro de 1942, submarinos alemães começaram a atacar navios mercantes ao longo da Costa Leste dos EUA, sendo a CAP chamada para realizar voos de patrulha costeira. De março de 1942 a agosto de 1943, aeronaves CAP armadas em 21 bases de patrulha costeira que se estendem do Maine à fronteira mexicana patrulharam as águas das costas do Atlântico e do Golfo. Seu sucesso em impedir ataques de submarinos e salvaguardar rotas marítimas levou o presidente Franklin D. Roosevelt a emitir a Ordem Executiva 9339 em 29 de abril de 1943, transferindo o CAP do Gabinete de Defesa Civil para o Departamento de Guerra.
Em 1º de outubro de 1942 a CAP emitiu um memorando criando o Programa CAP Cadet para meninos e meninas de 15 a 18 anos. O programa de cadetes provou ser uma força poderosa para transmitir habilidades práticas e preparar adolescentes para o serviço militar e outras agências de serviço de guerra.
Em 1º de julho de 1946, o presidente Harry S. Truman assinou a Lei Pública 79-476, incorporando a organização. Com a criação da USAF, em 26 de maio de 1948, Truman assinou a Lei Pública 80-557, estabelecendo a CAP como uma força auxiliar civil da USAF.
Em 1955, 10% dos cadetes que ingressavam na Academia da USAF eram oriundos da CAP. À medida que a Guerra Fria se cristalizava na década de 1950, a CAP se alinhou intimamente com a USAF e às organizações de defesa civil. Desta forma, as missões de busca e resgate do CAP tornaram-se rotina, e os funcionários da defesa civil usaram as redes de rádio doaCAP para coordenar os esforços de socorro durante desastres naturais.
Um acordo de 1985 com o Serviço de Alfândega dos EUA, delegou para a CAP missões de reconhecimento e combate às drogas para a aplicação da lei.
Na década de 1980 a CAP einiciou voos de transporte de tecidos humanos e órgãos para transplpante, em conjunto com Cruz Vermelha americana. A Federal Emergency Management Agency acionou a CAP para missões de apoio à desastres, como o derramamento de óleo do Exxon Valdez; os furacões Hugo, Andrew e Floyd; entre outros.
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 conduziram o CAP a uma nova era de defesa interna.
No dia seguinte ao ataque, um Cessna 172 da CAP foi a única aeronave não militar com permissão de voo no espaço aéreo do país. Ela forneceu aos oficiais de gerenciamento de emergência as primeiras imagens em alta resolução do local do World Trade Center, além de voos de transporte de pessoal e material.
Com o aumento do financiamento federal e a criação do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, a CAP recebeu novas tecnologias para seus serviços de emergência, incluindo novos equipamentos para captação de imagens, sistemas de comunicação aprimorados, e aeronaves mais modernas, com glasscockpit e GPS, entre outras melhorias. As tripulações da CAP treinam ao lado de oficiais do governo e militares em missões de interceptação de defesa aérea, exercícios de comunicação e segurança cibernética e até simulam aeronaves não tripuladas para fornecer suporte de treinamento de imagens para o desdobramento de forças.
Em 30 de maio de 2014, o presidente Barack H. Obama sancionou uma legislação que atribui a Medalha de Ouro do Congresso a aproximadamente 200.000 membros da CAP na Segunda Guerra Mundial. A medalha é a mais alta distinção de valorização por realizações e contribuições à nação.
Esta medalha comemora as contribuições incomuns da organização na Segunda Guerra Mundial. De um lado, está a aeronave Stinson Voyager 10A, armada com bombas, fazendo a escolta de um petroleiro. A aeronave tem o roundel de patrulha costeira e o número “65”, representando os membros da CAP mortos durante a Guerra. À esquerda, dois voluntários civis, um observador da patrulha costeira e uma piloto, observando o céu em vigilância.
Em 28 de agosto de 2015, o General Mark A. Welsh III, chefe do Estado-Maior da USAF, anunciou oficialmente a CAP como um membro da Força Aérea dos Estados Unidos, juntando-se às forças regulares, de guarda e de reserva como aviadores americanos, reconhecendo a dedicação dos seus voluntários dedicados, que traduzem o lema da instituição: “Vigilante”.
Fonte: CAP
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