DECEA: ILS de Boa Vista é inspecionado remotamente. Na última semana mais uma etapa foi cumprida rumo à Gestão Integrada de Ativos Técnicos (GIAT) da Navegação Aérea. O projeto, implementado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), tem concepção, planejamento e acompanhamento do Subdepartamento Técnico (SDTE). Em julho, a prova de conceito (POC) inicial de gerenciamento remoto de equipamentos não só ganhou uma nomenclatura, mas vem obtendo avaliação positiva nos testes realizados em Roraima, nos sítios de Jundiá e Boa Vista, subordinados ao Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), em Manaus.
No período de 5 a 7 de julho, a visita de inspeção do DECEA ao CINDACTA IV, com participação do Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, foi o momento oportuno para conhecer os avanços que têm sido alcançados.
Na terça-feira, 6/7, foi feito um voo teste pelo Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), com a presença do Diretor-Geral e dos oficiais-generais do DECEA (chefes dos Subdepartamentos Técnico, de Administração e de Operações), além do comandante do CINDACTA IV, Coronel Aviador Alexander Santopietro de Souza.
Na ocasião, o piloto-inspetor do GEIV, Major Aviador Carlos Eduardo Azevedo Alvares, e sua tripulação estavam no Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Boa Vista, em Roraima, sem a presença da equipe de manutenção do CINDACTA IV.
Em Manaus, estava a postos para a comunicação com o piloto do GEIV, o técnico de manutenção de auxílios à navegação aérea do CINDACTA IV, Suboficial BET Marcos de Oliveira Valença Sobrinho.
Durante o voo teste em Boa Vista, a informação do Major Alvares sobre o Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS) foi passada via rádio para o Suboficial Valença, que imediatamente fez a correção de parâmetros do auxílio.
Neste caso, não houve a necessidade de deslocamento da equipe de manutenção de Manaus para Boa Vista para percorrer mais de 800 quilômetros de carro e, em boas condições climáticas, cerca de dez horas de viagem. A missão demonstrou que a otimização de recursos humanos e a economia de combustível e diárias podem ser alcançados.
“Fazer medição e correção de dados remotamente é melhor, os técnicos são muito experientes, temos mão de obra especializada que é referência no Brasil. São estes profissionais que ministram instrução no curso de capacitação do GEIV. A comutação de parâmetros e o monitoramento de Boa Vista e Jundiá é um grande progresso”, opinou o Major Alvares.
O GEIV é a organização militar responsável pela aferição dos equipamentos de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso. É na inspeção que é verificada a qualidade dos sinais emitidos pelos equipamentos, com análises, medições e, quando necessário, correções.
Plano de implementação da prova de conceito
A Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA 66-3) fornece atribuições aos diversos agentes envolvidos no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e propõe um novo modelo de manutenção com o objetivo de otimizar processos e serviços, reduzir custos e aumentar a disponibilidade de sistemas e equipamentos.
Neste sentido, a POC está sendo realizada em ambiente reduzido para avaliação dos resultados e eventual ajuste do novo modelo. O CINDACTA IV possui 24 Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) e 17 Estações de Apoio ao Controle do Espaço Aéreo (EACEA) sob sua responsabilidade.
Deste total, apenas quatro sítios, três Destacamentos: Manaus e Eduardo Gomes, na capital amazonense, Boa Vista e Jundiá, em Roraima, possuem acesso via terrestre, os demais apenas por meios aéreos ou fluviais.
De acordo com o comandante do CINDACTA IV, as características geográficas da Amazônia, com áreas de difícil acesso, distantes da sede, demandam maior atenção no aprimoramento dos processos de manutenção. “O monitoramento vai nos permitir pronta resposta para corrigir eventuais falhas, considerando a redução de custos dos deslocamentos”, pontuou o Coronel Santopietro.
O CINDACTA IV é responsável por uma área correspondente a 60% do território nacional, ou seja, 5,2 milhões de quilômetros quadrados. São mais de 1.800 equipamentos, entre auxílios visuais, radares e sistemas de telecomunicações, essenciais para o controle do espaço aéreo brasileiro. O gerenciamento remoto destes equipamentos, com ferramentas de supervisão, controle e aquisição de dados, trará ganhos substanciais para todo o SISCEAB.
“No modelo atual vamos visitar uma localidade uma vez a cada três ou cinco meses. Com a nova concepção poderemos acessar virtualmente as informações do sítio e fazer o monitoramento uma, duas, três ou quatro vezes ao dia. Isto significa o aumento da operacionalidade porque poderemos fazer um melhor acompanhamento dos equipamentos instalados”, explicou o chefe do SDTE, Brigadeiro Engenheiro Dalmo José Braga Paim.
O oficial-general pontuou que os resultados preliminares que estão sendo alcançados vão constituir, nos próximos três meses, números consistentes e uma estratégia para a replicação nos outros 39 sítios do CINDACTA IV.
O DECEA é responsável por mais de dez mil equipamentos espalhados por toda a extensão territorial brasileira em oito milhões e meio de quilômetros quadrados, em organizações espalhadas em todas as unidades da federação.
Para o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Fiorentini, a aviação é ligada ao uso da tecnologia, o que se traduz em evolução. “No momento, estamos trabalhando para a redução da necessidade de o militar precisar se deslocar para todas as regiões, porém, sem diminuir a segurança da navegação aérea”, explicou.
Para corroborar seu posicionamento, o oficial-general citou empreendimentos que demonstram a diligência da Força Aérea Brasileira para com a sociedade, a aviação e as organizações nacionais e internacionais. A primeira menção feita pelo Tenente-Brigadeiro do Ar Fiorentini foi a inauguração da primeira torre de controle remota da América Latina, em funcionamento na Base Aérea de Santa Cruz, zona oeste no Rio de Janeiro.
Ele também trouxe como exemplo a atividade remota do Serviço de Informação de Voo (AFIS) prestada em Manaus em dois sítios: o Serviço Remoto de Informação de Voo (R-AFIS) de Vilhena (Rondônia) e Oiapoque (Amapá). A ativação do serviço nestas áreas trouxe êxito na aplicação de tecnologia de Estações Remotas nos aeródromos da Região Amazônica.
Por fim, o Diretor-Geral do DECEA, detalhou a missão de manutenção de inspeção da aeronave do GEIV em Boa Vista, sendo monitorada na manutenção de um auxílio, o ILS, por um especialista na sala técnica de Manaus. “É uma tendência, é uma área que vamos continuar explorando, considerando prioritariamente a segurança da navegação aérea”, reiterou. Assessoria de Comunicação Social do DECEA Reportagem: Gisele Bastos (MTB 3833 PR) Imagens: SO José Pereira (MTB Nº 0037842/RJ) Edição e Sonorização: Marcelo Alves (MTB Nº 0037841/RJ)Fotos: Seção de Comunicação CINDACTA IV.
Fonte DECEA.