Custos do F-35 podem se tornar insustentáveis. Segundo um relatório divulgado em 7 de julho pelo Government Accountability Office (GAO) – órgão responsável por prestação de contas da área de defesa do governo americano, até 2036, os custos de logística e de manutenção da frota de caças Lockheed Martin F-35 terão um estouro orçamentário de quase US$ 6 bilhões, o que projeta que a USAF e a US Navy não conseguirão arcar com os custos, se não houver cortes.
O GAO informou que os custos estimados de sustentação do F-35 Joint Program Office (JPO) por aeronave de cada variante, aumentaram em 2020, exceto para a compra dos F-35C do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC). Custo por cauda ou aeronave/ano é a medida que o Pentágono usa para mensurar quanto dinheiro é necessário para sustentar uma única aeronave anualmente, e por consequência a frota e avaliar quanto isto custaria ao longo da sua vida útil. O crescimento exponencial dos custo, está pondo em check o F-35, que em 15 anos so tornaria “proibitivo”.
O programa F-35 deve custar aos contribuintes dos EUA um total de US$ 1,7 trilhão em seu ciclo de vida, de acordo com a estimativa de 2020 do escritório de Avaliação de Custos e Programas do Pentágono. Porém este número pode crescer, se os custos continuarem a aumentar. As atividades de sustentação – que incluem a manutenção do jato, a mão de obra necessária para sustentar a aeronave, os custos de combustível e munições de treinamento, equipamento de suporte, custos associados ao treinamento e outras despesas – somam US$ 1,3 trilhão do montante total, durante o ciclo de vida do F-35.
Os dados do GAO só ampliam o abismo entre o limite de custo anual para cada F-35 estabelecidas em 2018 e os custos reais de sustentação. A estimativa do F-35 JPO para 2020 do custo de sustentação do F-35A por aeronave/ano é de US$ 7,8 milhões, acima da estimativa de custo de US $ 7,1 milhões em 2018. A projeção ideal antes de 2018 de sustentação por aeronave/ano era de US$ 4,1 milhões, portanto, o estouro em 2020 já foi de US$ 3,7 milhões entre o custo projetado ideal e o real.
Cerca de US$ 4,4 bilhões dessa despesa de US$ 6 bilhões serão cobrados da USAF, que planeja comprar 1.763 jatos de decolagem e pouso convencional F-35A durante todo o programa. Os demais US$ 1,6 bilhão virão da US Navy, que pretende adquirir 353 F-35B para a USN e 340 F-35C, sendo este 67 para a USN e 273 para o USMC.
Os custos de manutenção se tornaram um problema para o programa F-35 nos últimos anos, e vários legisladores pressionaram os funcionários do governo e a fabricante Lockheed Martin para diminuí-los, especialmente no tocante a peças, suprimentos e mão de obra.
Outro ponto é o da hora de voo. Entre 2019 e 2020, o custo da hora de voo F 35A USAF diminuiu 10% – de US$ 37.000 por hora de voo para US$ 33.300. A meta da JPO é reduzir o custo para US $ 25.000 até 2025 – uma meta que os funcionários da Lockheed Martin insistem ser “alcançável”. Já Greg Ulmer, vice-presidente executivo de aeronáutica da Lockheed Martin, disse que a empresa está “muito focada” nessa redução. Além dos custos, o F-35 tem sido contestado pela House Armed Services Committed (HASC), o que já está pressionando todo os envolvidos no projeto F-35.
O fato é que sem reduções, o F-35 corre o risco de de tornar inviável em 15 anos, o que certamente comprometerá a operacionalidade das Marinha e da USAF.
@CAS