Caças russos realizam ataques eletrônicos contra uma Fragata Holandesa. O Ministério da Defesa da Holanda (MoD) informou que caças russos assediaram a fragata HNLMS Evertsen (F805), da Marinha Real Holandesa (NRN), enquanto navegava pelo Mar Negro. O incidente aconteceu na última quinta-feira (24/06), com as aeronaves russas realizando ataques de guerra e interferência eletrônica contra a embarcação.
Em comunicado oficial emitido em 29 de junho, o MoD informou que a situação “insegura” durou por cerca de cinco horas, entre 15h30 e 20h30, enquanto o HNLMS Evertsen navegava em águas internacionais, a sudeste da Crimeia. Armados com mísseis ar-superfície, dois Su-30SM russos voaram “perigosamente baixo e perto do navio”, realizando ataques simulados. Por alguns momentos, o navio de guerra holandês sofreu ação de interferência eletrônica, o que bloqueou alguns sistemas embarcados.
Fotografias divulgadas pela NRN mostra um par de caças-bombardeiros Sukhoi Su-30SM, provavelmente da Aviação Naval da Marinha Russa, voando baixo. O Su-30SM é equipado com um conjunto de guerra eletrônica Khibiny-U, que inclui poderosos sistemas bloqueadores capazes de confundir radares e causar interferência em equipamentos e sistemas eletrônicos.
Conforme observado por especialistas, pelo menos uma das aeronaves estava armada com um par de mísseis anti-navio supersônicos Kh-31 (AS-17 Krypton).
A fragata holandesa Eversten está ligada ao Carrier Strike Group 21 (CSG21) liderado pelo porta-aviões britânico HMS Queen Elizabeth (R08), que conduz manobras no Mar Negro. No dia anterior ao incidente com o navio de guerra holandês, o destróier da Marinha Real Britânica, HMS Defender (componente do CSG21) também foi interceptado e assediado por caças russos. O fato levou ao Secretário de Defesa Britânico, Ben Wallace, reclamar que as “manobras foram perigosas e não profissionais”, contra a embarcação da Marinha Real.
O Ministério de Defesa Russo, por sua vez, alegou que o navio britânico HMS Defender violou a sua fronteira, invadindo as águas territoriais na região da Crimeia, reclamada por Moscou. Como alerta, um caça-bombardeiro Su-24M teria lançado quatro bombas na rota do HMS Defender. Esses disparos não foram oficialmente reconhecidos pelo Reino Unido, que apenas informou que a sua embarcação estava “conduzindo uma passagem por águas territoriais ucranianas de acordo com o direito internacional.”
Coincidência (ou não) estes incidentes ocorreram poucos dias antes do começo de um grande exercício militar internacional, iniciado nessa semana na região. Sob a liderança dos Estados Unidos e da Ucrânia, o exercício anual “Sea Breeze 21” será o maior das últimas décadas, e reunirá cerca de 30 navios, 40 aviões e cinco mil militares de 32 países.
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