O primeiro passo do Earth Return Orbiter para Marte. A Airbus anunciou em junho que ultrapassou um marco importante para a missão Earth Return Orbiter (ERO), que trará as primeiras amostras de Marte de volta à Terra. O ERO passou na Revisão de Projeto Preliminar (Preliminary Design Review – PDR) feita pela Agência Espacial Europeia (ESA – European Space Agency), revisão que também teve a participação da agência espacial americana – NASA. Com especificações técnicas e o projeto validados, o desenvolvimento e os testes de diversos equipamentos e subsistemas, fornecidos por oito países europeus, podem começar visando garantir que a missão avance dentro do cronograma previsto que prevê a entrega em 2025 e o lançamento em 2026.
“Este PDR foi gerenciado e fechado em um tempo recorde de menos de um ano, uma conquista incrível considerando a complexidade da missão. Toda a equipe do ERO, incluindo fornecedores e agências, realmente se uniu e temos a meta de atingir a entrega em 2025 – apenas cinco anos e meio após termos sido selecionados como contratante principal”, disse Andreas Hammer, chefe da Exploração Espacial da Airbus.
O próximo marco será a Revisão Crítica do Projeto (Critical Design Review – CDR) em dois anos, após a qual a produção e a montagem começarão, para garantir a entrega da espaçonave completa em 2025. Após o lançamento em 2026, em um lançador Ariane 64, o ERO iniciará uma missão de cinco anos a Marte, atuando como um relé de comunicação com as missões de superfície (incluindo o Perseverance e Sample Fetch Rovers), realizando um encontro com as amostras em órbita e trazendo-as com segurança de volta à Terra.
Dave Parker, Diretor de exploração humana e robótica da ESA: “Em nome de todos os cidadãos europeus, estou orgulhoso de ver a ESA liderando a primeira missão de retorno de Marte. Como parte de nossa forte cooperação com a NASA, estamos trabalhando para devolver material puro de Marte – um tesouro científico que os cientistas do mundo estudarão para as gerações futuras e ajudarão a revelar a história do Planeta Vermelho”.
A Airbus té a responsável geral pela missão do ERO, desenvolvendo a espaçonave em Toulouse e conduzindo a análise da missão em Stevenage. A Thales Alenia Space também terá um papel importante, montando a espaçonave, desenvolvendo o sistema de comunicação e fornecendo o Orbit Insertion Module de sua planta em Torino. Outros fornecedores vêm da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Noruega, Dinamarca e Holanda.
A espaçonave de 7 toneladas e 7 m de altura, equipada com painéis solares de 144 m² levará cerca de um ano para chegar a Marte. Ele usará um sistema de propulsão híbrido que combina propulsão elétrica para as fases de cruzeiro e propulsão química para inserção na órbita de Marte.
Na chegada, ele fornecerá cobertura de comunicações para as missões Perseverance Rover e Sample Retrieval Lander (SRL) da NASA, duas partes essenciais da campanha Mars Sample Return. Para a segunda parte de sua missão, ERO terá que detectar, encontrar e capturar na órbita marciana um objeto do tamanho de uma bola de basquete chamado Orbiting Sample (OS), que abriga os tubos de amostra coletados pelo Sample Fetch Rover (SFR), também a ser projetado e construído pela Airbus. Tudo isso a mais de 50 milhões de km do controle de solo.
Uma vez capturado, o SO será bio-selado em um sistema de contenção secundário e colocado dentro do Veículo de Entrada na Terra (Earth Entry Vehicle – EEV), efetivamente um terceiro sistema de contenção, para garantir que as amostras preciosas cheguem à superfície da Terra intactas. Em seguida, levará mais um ano para que o ERO retorne à Terra, de onde enviará o EEV em uma trajetória precisa em direção a um local de pouso predefinido.
@CAS