Malásia intercepta uma formação com 16 aeronaves chinesas no seu espaço aéreo. A Força Aérea Real da Malásia (RMAF) informou que na segunda-feira (31/05), cerca de 16 aeronaves de transporte da Força Aérea do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAAF), realizaram um exercício de voo em formação no Mar da China Meridional, próximo de Bornéu, dentro do espaço aéreo da Zona Econômica Exclusiva da Malásia (ZEE).
Em um comunicado, a RMAF informou que o Radar da Defesa Aérea do Centro de Aérea (CRC 2) em Sarawak, leste do país, detectou as aeronaves às 11h53 (horário local), voando em formação tática (in-trail) distante cerca de 60 quilômetros (37 milhas) entre elas.
As aeronaves voavam em atitudes entre 23.000 pés (FL 230) e 27.000 pés (FL 270), e velocidade de 290 nós, atravessando a Região de Informação de Voo (FIR) de Cingapura, antes de ingressar na FIR Kota Kinabalu, Malásia.
Enquanto os controladores de voo tentavam contato rádio com as aeronaves ainda não identificadas, sem resposta, às 13h33 a RMAF acionou os seus caças de alerta, Hawk 208 do Esquadrão Nº 6, sediados na Base Aérea da Ilha de Labuan, para interceptar e identificar os alvos.
O Esquadrão Nº 6 é a unidade de caça da RMAF com base permanente na região Leste da Malásia, embora quatro destacamentos de F/A-18 Hornet do Esquadrão Nº 18, e Sukhoi Su-30MKM do Esquadrão Nº 12 sejam implantados rotativamente na Base Aérea de Labuan. Não foi informado se algumas dessas aeronaves de maior performance estavam implantadas na região.
Após estabelecer contato visual com as aeronaves invasoras, os “caçadores” malaios identificaram uma formação chinesa com aeronaves de transporte Illuysin IL-76 e Xian Y-20. A formação da PLAAF foi acompanhada pelos Hawk da RAMF, enquanto sobrevoaram o arquipélago de Luconia Breakers, até chegarem a cerca de 60 milhas náuticas da costa de Sarawak, quando iniciaram o retorno.
O arquipélago de Luconia Breakers (“Beting Patinggi Ali” em malaio), é uma área reivindicada pela China, que mantém na região a presença contínua de navios da sua Guarda Costeira. Em contrapartida, a RMAF, a Marinha Real da Malásia e a Guarda Costeira da Malásia, monitoram continuamente a presença dos chineses na região. Partes das águas ao largo da Malásia Oriental e as Ilha Spratly também estão nas reivindicações de Pequim.
Nos últimos tempos, foram registrados vários incidentes deste tipo, envolvendo aeronaves da PLAAF e da Marinha do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLAN) na área, mas este foi o primeiro que envolveu um grande número de aeronaves.
No final do seu comunicado divulgados nas redes sociais, o Ministério da Defesa da Malásia considerou o incidente como “um assunto grave contra a ameaça de SOBERANIA NACIONAL e SEGURANÇA DA AVIAÇÃO …. Este incidente foi tratado pela RMAF em particular e pela ATM em geral de acordo com as leis e regulamentos da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) e a Estratégia Nacional de Defesa Aérea (SPUN). O Ministério das Relações Exteriores tomou conhecimento deste assunto por meio do Ministério da Defesa.”
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