IAF – Controlando 160 aeronaves em uma missão de guerra. Noite de sexta-feira 14 de maio de 2021. Este foi o dia mais intensos dos ataques feitos pela Israeli Air Force (IAF) durante a Operação Guardian off the Wall, contra o Hamas, no recente conflito entre Israel e os Palestinos. Nest noite, havia aproximadamente 160 aeronaves da IAF no ar, cada uma delas crucial para o sucesso de uma das missões mais importantes da campanha: atacar a rede de túneis subterrâneos do Hamas na Faixa de Gaza, chamada de “Metro”, que a organização terrorista usa para armazenar armas, ocultar agentes e planejar e conduzir ações e atividade terroristas. Israel e a Faixa de Gaza compreendem um espaço aéreo pequeno, então como controlar e gerenciar um espaço aéreo tão restrito e lotado de aeronaves de combate durante uma operação tão complexa?
Ao longo da operação Operação Guardian off the Wall (Guardião das Muralhas), a Unidade de Controle Regional do Sul (Southern RCU – Southern Regional Control Unit) trabalhou sem parar para controlar e gerenciar o espaço aéreo operacional.
“A aeronave decola sob a orientação da torre de controle de tráfego aéreo de sua base, até atingir uma determinada altitude. Em seguida, a responsabilidade é passada para um controlador aéreo, que orienta a tripulação a caminho da missão. Muitos voos passam pela nossa região e controlá-los é uma tarefa altamente complexa”, diz Maj. B, Comandante do Southern RCU.
A diferença entre rotina e as missões combate foi fortemente sentida na RCU. “Em períodos de rotina, todo o espaço aéreo israelense é dividido em seções de treinamento e as atividades de cada esquadrão normalmente não têm relação entre si. Durante a operação, nos concentramos em uma área muito específica e muitos dos voos foram realizados por várias formações pacote que exigiam coordenação sistemática”, explica o Tenente Y, subcomandante do departamento de tráfego aéreo da RCU.
Vale lembrar que em diversas ocasiões, os tráfegos e esquadrilhas vinham em sentido oposto (convergente), pois foi mantida uma saturação aérea, e com isto, muitas vezes aeronaves regressando da missão cruzavam com as seguindo para seus objetivos, voando um em espaço aéreo “apertado”.
Segundo dados da IAF, aeronaves envolvidas na missão era de diversos tipos e, portanto, performances e iam desde vetores principais de ataque, como F-16 e F-15, passando por aeronaves ISR, drones, helicópteros e SAR. Algumas mantiveram posições de espera ou de vigilância por horas, o que limitava mais ainda os corredores de entrada e saída de Gaza.
Ataque ao “Metro”
Ao logo dos 11 dias de ataques diuturno, a atividade foi intensa, com a atenção voltada para as missões reais, o que inclusive criou um sistema de prontidão na RCU, que não esteve livre de ser um dos alvos ataques do foguetes do Hamas. Porém nenhum dia foi mais tenso e intenso que o 14 de maio, dia dos ataques ao “Metro” do Hamas. Desde o amanhecer estavam sendo feitos preparativos par disparar a noite um ataque sequencial que envolveria 160 aeronaves, que partiam para um ataque conjunto em uma área muito pequena, o que exigia extrema precisão e coordenação cuidadosa nas entradas e saídas dos locais dos alvos. Não poderia haver erro, sob pena dos objetivos não serem atingidos e até ocorrer uma colisão ar-ar.
“Assim que descobrimos o tamanho da missão, entendemos que iríamos participar de algo muito significativo. Já havia feito simulações em grande escala antes, mas vendo acontecer em uma operação real, a imagem da tela da aérea radar cheia de aeronaves, e saber que participei, é outra coisa “, descreve o Maj. D.
“A missão ilustrou perfeitamente a importância do controle aéreo – encaixar um grande número de aeronaves em um espaço aéreo tão restrito para garantir sua segurança e eficiência”, compartilha o Maj. B. “Muitas aeronaves decolaram de locais diferentes, voando de direções diferentes até convergirem e abordarem a área do ataque de forma organizada. Depois que o ataque foi concluído, vimos as aeronaves retornarem às suas respectivas bases em Israel foi um alívio. Os controladores aéreos planejaram as rotas de voo e altitudes em um forma que criou um espaço aéreo perfeitamente sincronizado e coordenado”.
O Tenente A, controlador aéreo da RCU, afirmou que essa era a missão mais complexa da operação: “Havia muitas variáveis a levar em conta a cada momento. Éramos obrigados a identificar e confirmar os alvos de cada aeronave. Havia muita disciplina nas linhas de comunicação – havia instruções claras e específicas para evitar uma sobrecarga de informações. O controlador da missão se comunicava com o controlador de tráfego aéreo responsável por determinadas aeronaves e com a sala de comando operacional, que dava as ordens e aprovava cada alvo. Enquanto tudo isso ocorria, os drones forneciam imagens de cada alvo, para evitar ferir civis. Todo estre check de informações garantia a precisão e a segurança e tudo era feito em tempo real, em minutos”.
Sargento da equipe Omer, NCO do departamento de tráfego aéreo, participou do evento e fala sobre a experiência sob sua perspectiva. “Disseram-nos que este seria um evento histórico – e assim foi. Gerenciar o espaço aéreo é a chave para o sucesso da missão. Foi um evento complexo e intenso. Foi desafiador trabalhar com dezenas de formações de aeronaves, mas quando o missão foi cumprida, compreendemos o significado do que acabámos de fazer. Frequentemente não vemos o impacto e a importância do RCU, no entanto, desta vez quando acordei na manhã seguinte e abri a notícia, senti-me orgulhoso por ter tido um papel em um evento tão significativo”.
O ataque ao sistema de túneis do “Metro” é apenas um exemplo de muitos ataques aéreos e missões complexas que foram realizadas durante a Operação Guardian Off the Wall, onde a prontidão e o foco constantes foram essenciais. “Nossas horas de sono diminuíram, os dias tornaram-se mais intensos. A sensação ao sair do bunker, ouvindo e ver o impacto do nosso trabalho e sua importância para a defesa dos cidadãos do meu país – é um sentimento difícil de descrever”. concluiu o Maj. D.
Nenhuma missão deste nível poderi ser feita sem a coordenação do Sistema de Controle de Tráfego Aéreo, que apesar de discreto e anônimo, é fundamental para coordenar todas as ações. Seja elas desde o táxi das aeronaves, passando pelo controle radar e a perfeita coordenação de entrada e saída da área dos alvos e claro o regresso seguro as bases.
@CAS