USAF quer retirar 421 caças do seu inventário até 2026. A USAF divulgou neste mês de maio que encaminhará um documento ao Congresso Americano, justificando e pedindo a retirada de 421 de seus caças mais antigos do inventário até 2026, que seriam substituidos por 304 novos caças. A proposta faz parte dos pontos de discussão do orçamento fiscal para 2022. A economia derivada da operação de uma frota menor será destinada à aquisição de novos sistemas, como o caça Next-Generation Air Dominance (NGAD) previsto para o final desta década, e um novo caça Multi-Role, denominado Projeto MR-X, a ser desenvolvido na próxima década.
Das 421 aeronaves propostas para desativação, estão as versões mais antigas dos F-15C/D, totalizando cerca de 234 aeronaves e uma redução da frota de F-16 em 124 aeronaves, principalmente de o que é chamado de “pré-bloco” (Block 15, 20, 30), deixando uma frota em cerca de 812 F-16C/D todos dos blocos 40 e 50 operacionais. Ambas as desativações devem ser concluídas até o final de 2026. Já a frota de aeronaves de ataque A-10C terá uma redução de 281 para 218 aeronaves, isto é, 63 unidades a menos. Apesar de ter um número menor, seu cronograma é mais agressivo, previsto para ser concluído até o final do ano fiscal de 2023. Todas esta aeronaves deverão ser estocadas inicialmente, sem uma definição se serão sucateadas, mantidas na reserva ou mesmo negociadas via FMS – algo pouco provável no caso do A-10 e F-15.
Para compensar, a USAF receberá até o final do ano fiscal de 2026 84 novos F-15EX e 220 F-35A, resultando em uma redução líquida de 117 jatos no período de cinco anos em sua frota. Esta seria a maior redução desde o “CAF Redux,” ou Combat Air Forces Reduction do início de 2010s, no qual a USAF reduziu sua frota em cerca de 250 aviões. Os líderes da Força Aérea têm pressionado autoridades por vários anos para ter permissão para aposentar os sistemas mais antigos e substituir eles por novos, que serão mais relevantes para o futuro, particularmente, no teatro Indo-Pacífico.
O auto-comando da USAF disse recentemente que planeja começar a desativar os Lockheed Martin F-22 Raptor em 2030, que seria substituído pelo NGAD, conhecido por ser um caça tripulado com potenciais variantes não tripuladas. Como o NGAD, o novo MR-X também seria projetado usando uma nova metodologia digital para reduzir drasticamente os cronogramas de design, desenvolvimento, homologação, e claro custos. Mesma metodologia que está sendo usada, por exemplo, no desenvolvimento do novo treinador avançado Boeing-Saab T-7A.
Segundo a USAF, apenas para acompanhar o ritmo das ameaças atuais, exigiria um adicional de US$ 6 a US$ 7 bilhões por ano para modernizar a força atual visando o combate futuro. E como nenhuma tecnologia atual pode modernizar os vetores de 4ª geração ao nivel das necessidades atuais, os sistemas atuais estão se tornando muito caros para manter.
O documento que ser entregue ao Congresso também argumenta que a frota da Força Aérea tem em média 28,6 anos, uma das mais antigas do mundo, se comparada a média da frota da Marinha (14,4 anos); da Aviação do US Army (15,3 anos); da Royal Australian Air Force(8,9 anos), e da Royal Air Force (16,5 anos).
O Tenente-General David S. Nahom, vice-chefe de gabinete de planos e programas da USAF, disse esta semana que os custos operacionais e de sustentação da USAF estão “disparando” e aumentando ao dobro da taxa de inflação, devido à idade das aeronaves. Ele disse que 44% da frota da USAF está operando além de sua vida útil planejada. Esperava-se inicialmente que o F-16 funcionasse apenas até o no fiscal de 2005. As frotas F-16 e A-10 também continuariam a receber financiamento para modificações estruturais e melhorias de capacidade para mantê-las relevantes até que se aposentem totalmente.
O Chefe do Estado-Maior General Charles Q. Brown Jr. disse em 12 de maio que o serviço deve reduzir de sete modelos de caça (incluem o F-15C / D, F-15E, F-15EX, F-16, F -22, F-35 e A-10) para “quatro +1”, sendo o “1” o A-10 (F-15EX, F-16, F-22 e F-35 + A-10), a fim de reduzir os custos de manutenção e de logística. O A-10 é “muito eficaz nos conflitos atuais, mas não é viável a longo prazo”.
O A-10 não pode realizar missões de contra-ataque defensivo, supressão das defesas aéreas inimigas ou missões de defesa interna, afirma o documento que será entregue ao Congresso. O Pentágono tentou aposentar o A-10, sem sucesso, várias vezes, sempre frustrado por entusiastas da aeronave, que dizem que é uma máquina de apoio aéreo aproximado incomparável. No entanto, a USAF planeja processar a missão Close Air Support de uma maneira diferente, imprimindo um novo conceito CAS que envolveria aeronaves não tripuladas, algo que deverá selar o destino do A-10.
Ainda na esteira da reformulação da frota, a transição para o MR-X é esperada “em meados dos anos 30”. Este novo avião terá um design tipo “folha em branco”, criado por métodos digitais, e o “ponto de decisão” para o lançamento do programa está previsto para ocorrer daqui a seis a oito anos, de acordo com o documento. O MR-X “deve ser capaz de realizar missões de forma econômica, sempre com capacidade tecnológica de ponta.
O F-35 poderia potencialmente preencher essa função de MR-X, mas apenas se seus custos operacionais pudessem ser “reduzidos significativamente”, algo visto como inviável nos dias de hoje. Já F-15EX é descrito nos jornais como “um caminhão de armas descomunal”, útil para carregar armas isoladas em um teatro contestado ou realizar superioridade aérea em um espaço aéreo menos contestado.
A Casa Branca deve divulgar seu orçamento total em 27 de maio. O governo Biden divulgou um orçamento “magro” no mês passado, que prevê US$ 753 bilhões para programas de segurança nacional, incluindo US $ 715 bilhões para o Departamento de Defesa.
@CAS