Na sexta-feira (26/03), cerca de 20 aeronaves militares chinesas entraram na zona de identificação de defesa aérea (ADIZ) de Taiwan. Esta foi a maior invasão da Força Aérea do Exército Popular de Libertação da China (PLAAF) registrada pelo Ministério de Defesa (MD) da nação país insular.
A medida marcou uma escalada da tensão no Estreito de Taiwan e ocorreu logo depois que os Washington e Taipei assinaram um memorando de entendimento para aumentar a cooperação entre as suas guardas costeiras.
Informações dão conta que a Força Aérea da República Popular da China/Taiwan (RoCAF) implantou baterias de mísseis para monitorar novas invasões na região sudoeste da sua ADIZ. Também foi relatado pela mídia de taiwanesa, que aeronaves de alerta da RoCAF foram acionados e emitiram orientações via rádio para que os chineses deixassem a região.
Segundo um comunicado do MD, alguns aviões chineses voaram no espaço aéreo sobre o Canal Bashi, que separa Taiwan das das Filipinas. Segundo jornalistas locais, a China estaria conduzindo exercícios militares navais, simulando ataque à navios americanos que navegam por esse Canal.
Há muitos anos a China reivindica a Ilha de Taiwan como seu território, e nos últimos meses tem intensificado a sua presença militar na região, o que Taipei reclama fonte de instabilidade regional.
As duas dezenas de aeronaves militares chinesas que voaram na ADIZ de Taiwan no último dia 26/03, estava composto por quatro bombardeiros nucleares H-6K, dois antisubmarino Y-8 ASW, um avião de reconhecimento Y-8 RECCE, uma plataforma de controle e vigilância KJ-500 AEW&C, dez Shenyang J-16 e dois caças Chengdu J-10. Essa operação incomum aconteceu justamente na semana que a RoCAF suspendeu temporariamente toda operação da sua frota de F-5, depois de um acidente ocorrido no dia 22 de março.
Por sua vez, Pequim informa que esses exercícios são de rotina, e têm objetivo de mostrar a determinação do país em defender sua soberania.
Na semana passada, Taiwan e os Estados Unidos assinaram o primeiro acordo bilateral sob a administração do presidente Joe Biden, estabelecendo um Grupo de Trabalho entre as suas Guardas Costeiras, para coordenar uma política comum, justamente após a Pequim aprovar uma lei que permite que a sua guarda costeira realize disparos contra navios estrangeiros.
Embora os Estados Unidos, como a maioria dos países, não tenham laços diplomáticos formais com Taiwan, são obrigados por lei a ajudar Taiwan a se defender e são o principal fornecedor de armas da ilha.
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