Ontem um dos mais importantes vetores da história da Força Aérea Brasileira (FAB) completou 56 anos de excelentes serviços prestados. Trata-se do Lockheed Martin C-130 Hercules, que sem dúvida revolucionou a Aviação de Transporte. Do transporte de carga, passando pelo lançamento de paraquedistas, missões SAR e de REVO, até a operação no continente gelado, o C-130 é pau para toda obra.
As primeiras cinco aeronaves modelo C-130E foram adquiridas em 1963, com os três primeiros exemplares – FAB 2450, 2451 e 2452 sendo recebidos em novembro de 1964. Estas aeronaves foram destinadas ao 1º Esquadrão do 1º Grupo de Transporte ( 1°/1º GT) – Esquadrão Gordo, unidade criada na Base Aérea do Galeão em 17 de fevereiro de 1953 e equipada com os Douglas C-47A. Em 18 de fevereiro de 1965, os C-47A deram lugar ao C-130E, marcado oficialmente a entrada em serviço do lendário quadrimotor americano. O 1º/1º GT se tornava neste dia – há 56 anos – a primeira unidade operacional de C-130 na FAB.
Até 2001 a FAB adquiriu um total de 29 aeronaves C-130 Hércules, recebidas basicamente em cinco lotes (novos e usados), em seis versões diferentes (C-130E, SC-130E, C-130H, C-130M, KC-130H e KC-130M), que foram matriculadas de FAB 2451 a 2457 (C-130E), FAB 2458 a 2460 (SC-130E), FAB 2461 e 2462 (KC-130H), FAB 2463 a 2468 (C-130H) e FAB 2470 a 2479 (C-130H). Posteriormente 18 aeronaves foram elevadas ao padrão C-130M e KC-130M.
Além do 1º/1º GT, o Hércules também foi empregado no 1º/6º GAV – Esquadrão Carcará sediado na Base Aérea de Recife (BARF) entre 1969 e 1988 (SC-130) e no 1º Grupo de Transporte de Tropas (1º GTT) da Base Aérea do Campo dos Afonsos (BAAF) entre 1975 e 2018 (C-130/KC-130). Inicialmente o C-130 voou no 2º/1º GTT – Esquadrão Cascavel, mas com a saída do C-115 Buffalo no 1º/1º GTT – Esquadrão Coral em 2002, o 1º GTT passou a ter a frota padronizada com o C-130. Com isto, a partir de 2018, o 1º GT passou a ser a última unidade a voar o C-130 na FAB, e caberá a ele a honra não só de ter sido o primeiro, mas também o último operador deste lendário avião de transporte, que deverá ser desativado em 2023, segundo anunciou a FAB este mês.
Hoje a frota está padronizada na versão C-130M e KC-130M, modernizados a partir de aeronaves da versão “H” em 2003. Após algumas aeronaves retiradas de serviço atualmente a frota gira em torno de 11 as aeronaves operacionais, com nove C-130M: 2467, 2471, 2472 (em revisão em Portugal), 2473, 2475, 2476 e 2477; e dois KC-130M, 2461 e 2462, para reabastecimento em voo.
Sediado na Ala 11, no Rio de Janeiro/RJ, o 1º/1º GT emprega as aeronaves C-130M e KC-130M em missões de transporte, de assalto aeroterrestre, Evacuação Aeromédica, Ressuprimento Aéreo, SAR, missões do Programa Antártico (PROANTAR) e Reabastecimento em Voo (REVO).
Dos mais de 56 anos de serviço do Hercules na FAB, todos eles tiveram a participação direta do Esquadrão Gordo, a ponto do 1º/1º GT ter se tornado sinônimo do C-130.