Recentemente o Presidente da Indústria de Defesa da Turquia (SSB – Savunma Sanayii Başkanlığı), Sr. Ismail Demir, divulgou nas suas redes sociais informações sobre o programa de atualização da frota F-16 Fighting Falcon da Força Aérea da Turquia (TuAF). A revisão pesada em nível de parque, envolverá aproximadamente 1.500 peças e componentes das aeronaves, objetivando a extensão da vida útil das células de 8.000 para 12.000 horas. O anúncio do executivo turco, ocorreu poucos dias após a assinatura do contrato entre a França e a Grécia para o fornecimento de 18 caças Rafale para a Força Aéreas Helênica.
Diante da incerteza sobre a aquisição, ou o desenvolvimento local de um novo vetor de quinta geração para a TuAF, o programa deverá manter os F-16 atualizados como principal aeronave de quarta geração da defesa aérea do país, inclusive com a possibilidade de operar em conjunto com drones armados.
A frota atual de Fightning Falcon da TuAF consiste em cerca de 216 F-16 C/D Block 30/40/50, grande parte montados e modernizados pelas Turkish Aerospace Industries Inc. (TAI). Além desta modernização, a empresa está produzindo 30 novas aeronaves F-16 Bloco 50+ para a Força Aérea.
Apesar da superioridade numérica, a Turquia pretende garantir a capacidade de quarta geração dos seus caças, que deve estar à altura dos Mirage 2000-5, Rafale, F-16V Block 70/72 e, quem sabe, os futuros F-35A gregos.
A Turquia tem procurado várias opções para um caça de próxima geração após o veto americano ao fornecimento dos F-35 Lightning II, após Ancara ter anunciado a compra do sistema de defesa aérea russo S-400. O cancelamento, aprovado em 2019 e que teve o apoio dos demais parceiros do Joint Strike Fighter, retirou a possibilidade da TuAF ter ao menos 100 F-35A, mesmo com os turcos sendo parceiro nível 3 do projeto. Nesse contexto, Moscou propôs o fornecimento das aeronaves furtivas de quinta geração Sukhoi Su-57 Felon. Porém, o que se tem de fato, é que a modernização dos F-16 parece um prêmio de consolação pela perda do F-35.
O programa de desenvolvimento nacional local de um caça chamado TF-X (ou MMU), tem oscilado nos últimos anos devido à questões de transferência de tecnologia internacional. A TAI está em negociações com o fabricante de motores britânico Rolls-Royce para um projeto de co-produção em um contrato ainda não assinado. O primeiro voo do TF-X estaria programado para 2025, mas tudo ainda é incerto.
@FFO