Em meio ao aumento das tensões entre os EUA e a China, o grupo de ataque liderado pelo porta-aviões USS Theodore Roosevelt chegou no Mar da China Meridional, com a autorização do novo Presidente Joe Biden.
Taiwan tem sido um grande foco de tensões entre as duas potências e, embora seja reconhecido pelas Nações Unidas como parte da China, a presença crescente das forças armadas dos EUA na Ilha tem sido motivo de considerável preocupação de Pequim.
Em contrapartida, há quase duas semanas, a Força Aérea do Exército de Libertação do Povo da China (PLAAF), diariamente está enviando aeronaves para o Estreito de Taiwan, em resposta às manobras americanas. Em uma das ações, a China teria enviado bombardeiros estratégicos Xian H-6 e caças de escolta, para simular ataques contra a esquadra americana.
A informação surgiu do jornal americano Financial Times, citando fontes de inteligência não identificadas, afirmando que entre os dias 23 e 24 de janeiro, nada menos que 24 aeronaves militares chinesas invadiram a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) de Taiwan. O jornal americano relata que, foram ouvidas as comunicações entre os tripulantes chineses dos H-6, que simulavam ordens de lançamento de mísseis antinavio contra o USS Theodore Roosevelt.
O Ministério da Defesa de Taiwan (MoD) vem relatando que os aviões chineses invasores, estão sobrevoando principalmente a região entre o Atol de Pratas/Dongsha, controlado por Taiwan, ao norte do Mar da China Meridional, e a Ilha de Taiwan, onde o Estreito de Taiwan encontra o Canal de Bashi, uma passagem principal entre o Pacífico ocidental e o Mar da China Meridional.
O gráfico abaixo, divulgado pelo MoD, mostra o movimento das aeronaves chinesas na ADIZ de Taiwan no dia 23 de janeiro. Foram oito bombardeiros H-6K que seguiram em direção ao USS Theodore Roosevelt, junto com quatro caças J-16 e uma aeronave KQ200 de patrulha marítima e guerra anti-submarina (MPA/ASW).
Os bombardeiros H-6 da PLAAF e da Marinha do Exército de Libertação do Povo da China (PLAN), foram atualizados para receber uma série de modernos armamentos anti navios, projetadas especificamente para atingir as defesas dos grupos de ataque de porta-aviões americanos, incluindo os mísseis de cruzeiro antinavio supersônico YJ-12, cuja a trajetória e a alta velocidade (Mach 4), tornam sua interceptação muito difícil. Consta que as últimas versões do H-6 podem carregar até uma dúzia desses mísseis.
Essa demonstração de força envia um sinal ao novo governo Biden em relação à posição de Pequim sobre a interferência dos EUA em Taiwan. O governo Donald Trump aprovou mais de US $ 10 bilhões em contratos de armamentos e defesa com Taipei, o que foi visto com desconfiança pela ONU, tendo em vista que o Governo de Taiwan não é reconhecido pela entidade.
@FFO