A Embraer divulgou no dia 30 de novembro de 2020 em um comunicado oficial que sofreu um ataque cibernético em sua área de tecnologia da informação efetivado no último dia 25 de novembro. Segundo o comunicado o fato foi relevante e o ataque bloqueou o acesso a apenas um ambiente de arquivos.
“Em razão do ocorrido, imediatamente a companhia iniciou os procedimentos de investigação e resposta ao evento, bem como procedeu proativamente ao isolamento de alguns de seus sistemas para proteção do ambiente, acarretando impacto temporário em algumas operações”, disse no comunicado.
Ainda segundo a Embraer, a companhia continua a operar com o uso de alguns sistemas em regime de contingência, sem impactos relevantes sobre suas atividades.
“A Embraer está empreendendo todos os seus esforços para investigar as circunstâncias do ataque, avaliar se existem impactos sobre seus negócios e terceiros, e determinar as medidas a serem tomadas”, informou a empresa.
Segundo notas publicadas em jornais como o Globo e o Estado de São Paulo, o ataque cibernético sofrido pela Embraer pode ter sido um “ransomware”, um tipo de ataque que restringe acesso a sistemas e cobra um resgate de quem foi invadido – ou seja, um típico sequestro de dados. Normalmente o resgate dos dados são pagos em criptomoedas, porém não foi confirmado pela empresa se isto de fato ocorreu ou ela reverteu o ataque. Parte da imprensa especula que segundo suas fontes foi sim pago um resgate do banco de dados. A empresa comunicou que manterá o mercado informado sobre os desdobramentos da verificação.
É inevitável que diante do ocorrido, surjam alguns questionamentos entre eles, se estes arquivos bloqueados temporariamente se referem a alguma área sensível da empresa ou de algum projeto que envolva a área de defesa – lembrando que a Embraer Defesa e Segurança atua em projetos importantes, entre eles o F-39. Eles foram copiados? Podem ser revendidos ou passados? Esta situação poderá prejudicar ainda mais a empresa? Segundo dados preliminares, a Embraer teve em 2020 um prejuízo prévio de R$ 3,6 bilhões.
Outro ponto importante diz respeito a segurança digital, onde os casos recentes de invasão a tribunais de justiça e eleitorais no Brasil e agora a Embraer, alertam para uma necessidade premente de proteger dos dados, projetos, informações sensíveis e planos não só de eventuais sequestros digitais, mas de espionagem ou coleta de inteligência feita por empresas e governos.
Nota oficial da Embraer:
@CAS