Após negar por algumas horas, o Irã admitiu que derrubou por engano, em 8 de janeiro de 2020, o Boeing 737-8KV UR-PSR da Ukraine International Airlines que fazia o voo PS752 (Teerã – Kiev) com 176 pessoas a bordo. A aeronave foi atingida por dois mísseis antiaéreos perto de Teerã, quando voava no FL075 subindo para o seu nível de cruzeiro, após decolar do aeroporto Imã Khomeini. De acordo com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, os dois SA-15 foram disparados por engano, complementando que foi um “erro imperdoável”. O desastre com o Boeing Ukraine International Airlines ocorreu horas depois de o Irã lançar mísseis contra duas bases aéreas que abrigam tropas americanas no Iraque (Al-Assad e Erbil). Esses ataques ocorreram em resposta ao assassinato do comandante iraniano das forças Quds General Qasem Soleimani e do comandante da força de Mobilização Popular do Iraque Abu Mahdi al-Muhandis, em uma operação com MQ-9B Reaper da USAF em Bagdá, em 3 de janeiro, que empregou mísseis AGM-114 Hellfire na aérea do aeroporto de Bagdá.
A ação autorizada pelo Presidente Americano, Donald Trump, eliminou um dos mais importantes agentes de terrorismo do mundo e veio após uma onda de atos feitos no final de dezembro de 2019, que incluíram um ataque de milicianos do Kata’ib Hezbollah no dia 27 a uma base do Iraque em Kirkuk, que matou um empreiteiro civil americano. Em retaliação, no dia 29, os EUA realizaram, o que chamaram de “ataques defensivos”, em cinco instalações da milícia Kata’ib Hezbollah (ou “Brigadas do Hezbollah”) no Iraque e na Síria, onde funcionavam instalações de armazenamento de armas e centrais de comando e controle do grupo, que foram usadas para planejar e executar ataques às forças da coalizão. No dia 31, milícias xiitas invadiram a embaixada dos EUA em Bagdá, ato que foi associado ao Irã pelos EUA e que teria desencadeado o ataque de 3 de janeiro. Contudo, fontes americanas dizem que o ataque a Soleimani foi de “oportunidade”, e que ele já estava sendo observado há várias semanas.