A USAF conclui com sucesso um inédito voo de experiências com um bombardeiro Rockwell B-1B Lancer, transportando um míssil em pilone externo.
Este experimento, ocorrido em 20 de novembro na Base Aérea de Edwards, Califórnia, demonstrou a capacidade dos B-1B para o carregamento deste tipo de armamento, além de preparar o caminho para que os bombardeiros possam carregar mísseis hipersônicos em cabides externos.
“Pensamos que é necessário adaptar número limitado de B-1 para transportar armas hipersônicas, pois será vital para fazer a ponte da atual força de bombardeiros com o futuro. Este é um grande passo para a nossa capacidade global e é importante que busquemos essas tecnologias para permanecer à frente de nossos concorrentes. Meu objetivo é ter um número limitado de B-1 modificados para se tornar uma o linebacker (ligação) entre o Pacífico e o Atlântico Norte”, disse o General Tim Ray, Air Force Global Strike Command commander.
O voo foi realizado pelo B-1B, prefixo AF 85-0075, em serviço para o 419th Flight Test Squadron (419th FLTS), da 412th Test Wing, pertencente à Global Power Combined Test Force. O míssil inerte JASSM – Joint Air-to-Surface Standoff Missile, foi carregado em um pod externo lateral.
Para que este voo acontecesse, vários etapas de desenvolvimento foram realizadas. Há mais de um ano uma equipe trabalha em modificações na baía de armamentos interna, adaptando os Lancer para o transporte de mísseis de maior porte, tanto internamente, quanto em pilones externos.
“Basicamente, estamos demonstrando a nossa capacidade de transporte de armas externas. Temos um míssil JASSM instalado no local que originalmente instalamos um pod de mira, no ponto rígido direito à frente da aeronave. Desta forma concluímos que o B-1 tem a total capacidade de carregar armamentos externamente”, disse o Major Bret Cunningham, piloto de testes do B-1B do 419º FLTS.
Inicialmente o B-1B foi desenvolvido com um sistema escamoteável e pontos rígidos externos, projetados para transportes de armas nucleares. A partir de 1994, a USAF alterou a função do Lancer para armas convencionais, e os cabides externos fixos e móveis, foram desativados. Entre 2007 e 2011, todas aeronaves foram convertidas para guerra convencional de acordo com Strategic Arms Reduction Treaty (START). As atuais modificações manterão a aeronave em conformidade com o acordo START, por manter a capacidade para armamentos convencionais.
A demonstração realizada pelo 419th FLTS significa um aumento indireto na capacidade operacional da frota de bombardeiros estratégicos, que passa por uma deficiência na quantidade de vetores. Com o número atual de aeronaves ativas, será possível transportar um número maior de armamentos.
A missão de transporte serviu como base para estudos dinâmicos, onde os engenheiros irão revisar todos os dados coletados em voo. Após a conclusão das análises, a próxima fase do projeto será o lançamento de armas a partir do pilone externo.
“Estamos procurando cumprir todas as fases com total segurança, já que esta é a primeira vez que lançaremos uma arma de um ponto externo em mais de 30 anos. Estamos realizando abordagens visando prioritariamente a segurança e a garantia de que o míssil JASSM e o Lancer mantenham sincronismo de comunicação correta. O JASSM tem processos para implantação, que visam a separação segura da aeronave”, disse Agustín Martinez, líder de teste do projeto.
Os engenheiros do Air Force Test Center, do escritório do programa do sistema B-1 e da Boeing, verificarão a integração do míssil e do pilone, e principalmente estão focados nos efeitos físicos e na qualidades de voo, desta nova forma de lançamento da aeronave.
“O Centro de Testes da Força Aérea está se unindo com o Global Strike, para permitir maior flexibilidade nas cargas operacionais do B-1B. O transporte externo e as modificações da Long Bay refletem nossa capacidade de sistemas de armas relevantes com atualizações de meia-idade”, disse o Major-General Christopher Azzano, comandante do AFTC.
A nota da Base Aérea de Edwards encerra afirmando que, os testes realizados não afetam a decisão da USAF de retirar de serviço 17 bombardeiros B-1B em 2021.
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