No dia 7 de outubro , a agência de notícias Reuters informou, citando fontes dos governos dos Estados Unidos e o Qatar, que este último havia emitido um pedido formal para obter o caça de 5a geração Lockheed Martin F-35A Lightning II. O Departamento de Estado dos Estados Unidos se recusou a confirmar ou negar o fato, dizendo que não o fará declarações oficiais antes que a oferta seja formalmente apresentada ao Congresso Americano.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que “não teria problemas em vender o F-35 para os países do Golfo”. Se aprovado, o acordo pode alterar o equilíbrio do poder militar no Golfo Pérsico e prejudicar as relações americanas com a Arábia Saudita e Israel, os dois aliados mais fortes de Washington na região.
Riad e Doha, desde 2014, tem problemas diplomáticos, quando o rei saudita Salman decretou que a Irmandade Muçulmana era uma organização terrorista, acusando diretamente o governo do Qatar de apoiar e financiar o grupo. Em 2017, a Arábia Saudita e dois de seus aliados mais próximos, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, cortaram os laços comerciais com o Qatar. A Arábia Saudita até elaborou planos para localizar um enorme depósito de lixo nuclear em sua fronteira mútua, o que foi dado como ato de provocação.
Embora os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein tenham assinado, recentemente, acordos de paz com Israel, em troca da normalização das relações políticas, o Qatar ainda não o fez – embora hajam rumores de que tal acordo esteja em andamento, o que facilitaria uma eventual compra dos F-35.
Como outros países do Golfo Pérsico, o Qatar também é o lar de instalações militares dos EUA. Hoje na região, apenas Israel opera o F-35, em sua versão F-35I Adir. A Turquia teria se tornado o segundo operador de Lightning II na região, mas o Congresso dos EUA removeu em 2019 o Governo de Ancara do programa F-35, depois que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan recusou-se a se desfazer do sistema de defesa antiaérea russo S-400. Curiosamente, o Qatar é visto como o aliado mais confiável de Ancara na região.
Além destes, os Emirados Árabes Unidos também solicitou um lote de F-35. Informações dada pela agência de notícias Reuters, afirmam que o negócio deve acontecer e o objetivo é ter a autorização formal a tempo de ser divulgada no Dia Nacional dos Emirados Árabes Unidos, comemorado em 2 de dezembro.
No entanto, um eventual negócio deve ser visto com prudência, para não afetar e acordos dos EUA com Israel de longa data, que afirmam que qualquer armamento vindo da indústria americana vendida para a região, não deve prejudicar a “vantagem militar qualitativa” de Israel.
Nos últimos a região vem investindo pesado em novos armamentos e, em especial, em aeronaves de combate. Israel, Egito, Arábia Saudita, Bahrain, Emirados Árabes Unidos e o próprio Qatar tem ido as compras, adquirindo vetores europeus e americano. Para muitos, isto cheira a “delicada situação de paz beligerante”, ou seja, apesar de haver um aceno com acordos de paz e comerciais, todos se estão se preparando para a guerra.
No caso da Qatar, sua Força Aérea, a Emiri Air Force (QEAF), adquiriu nos últimos anos, nada menos que 84 caças modernos ao custo de US$ 20.4 bilhões. E agora quer o F-35A.
24 Eurofighter Typhoon = US$ 6,6 bilhões.
24 Dassult Rafale QD/QE = US$ 6,2 bilhões.
36 Boeing F-15QA = US$ 7,6 bilhões.
@CAS