Em 22 de setembro de 2020, um Su-30M2 da Forças Aeroespaciais da Federação Russa (RF VKS) foi acidentalmente derrubado por um Su-35S durante uma missão de treinamento combate aéreo na região de Tver.
A aeronave derrubada foi o Sukhoi Su-30M2, matrícula RF-95869 “60 Red” (c/n 79810388415), fabricado em 2014 e pertencente ao 3º Regimento de Aviação Misto, da 1ª Divisão de Aviação Misto, do 4º Exército Vermelho, da Força Aérea e Defesa Aérea do Distrito Militar do Sul, sediado na Base Aérea de Krymsk, em Krasnodar. A aeronave caiu em uma floresta na região de Vyshnevolovetsky, sem atingir nenhuma estrutura em solo.
O Sukhoi Su-35S pertencia ao 790º Regimento de Aviação de Caça, da 105ª Divisão de Aviação Mista, do 6º Exército Vermelho de Leningrado, da Força Aérea e Defesa Aérea do Distrito Militar Ocidental, da Base Aérea de Khotilovo.
O acidente teria ocorrido durante uma simulação de combate aéreo, quando o Su-35S disparou o seu canhão GSh-301 de 30 mm em um dogfight, realizado próximo ao aeródromo militar de Khotilovo. O Su-30M2 compunha uma esquadrilha com três aeronaves que atuavam como “inimigos”.
O inesperado acidente aconteceu quando o Su-30M2 “60 Red”, realizava uma manobra de subida acentuada, buscando evadir do ataque do Su-35S, que estava a sua retaguarda. A simulação dos disparos seria realizada através da câmera fotográfica instalada no caçador (Su-35S). Entretanto para surpresa dos pilotos, ao efetuar os disparos, viu o alvo ser atingido por fogo real. Os projéteis de 30 mm estilhaçaram completamente o console e a asa do Sukhoi 30, que perdeu velocidade, conseguindo manter um voo nivelado por algumas milhas até cair na floresta. Felizmente os pilotos ejetaram ao perceberam o inesperado. Equipes de buscas foram acionadas para resgatar os pilotos e localizar os destroços do Flanker.
Durante esses voos de treinamento, as munições reais não são removidas dos canhões GSh-301 das aeronaves, que estão permanentemente carregados. O que a equipe técnica realiza é a desativação do sistema de disparos, através de uma chave, além da desconexão do conector do soquete ShR, o que desliga a alimentação elétrica da arma. Antes da decolagem, outro especialista faz uma verificação em solo na aeronave, incluindo o status do canhão.
Além dos procedimento de check em solo, ficou evidente também, que o sistema de segurança adicionais falharam a bordo, neste caso. Durante o voo, antes de iniciar a missão, um procedimento de controle é checado, e o acionamento do gatilho BK feito em uma direção segura, para que a gravação seja iniciada. Com a alimentação do canhão desarmada em solo, o sistema de segurança a bordo deveria entender que a missão era “foto/vídeo” e inibir o gatinho no modo “Gun”. O fato de ter ocorrido este grave acidente, indica que várias ações de segurança obrigatórias não foram realizadas antes da iniciar o dogfight simulado.
@FFO