

Nigéria lança ataques aéreos contra alvos no Benin. A Nigéria lidera o grupo da Força de Reserva da ECOWAS (ESF), que também é composto por soldados de Serra Leoa, Costa do Marfim e Gana. A intervenção foi realizada para impedir uma tentativa de golpe militar no Benin.
A ordem partiu da ECOWAS ou Economic Community of West African States, com apoio da França. Ela é uma organização regional de 15 países da África Ocidental, fundada em 1975 para promover a integração econômica, comercial, social e cultural, visando a autossuficiência coletiva e a paz, com atuação em áreas como agricultura (ECOWAP), transportes e energia, sendo um dos pilares da integração africana.
Ela possui a ECOWAS Standby Force (ESF), um mecanismo de prontidão composto por componentes militares, policiais e civis, conforme o Capítulo VIII da Carta das Nações Unidas, que dispõe sobre os mecanismos regionais de paz e segurança.

Aviões de combate nigerianos realizaram ataques aéreos em 7/12, para frustrar uma tentativa de golpe de Estado no Benin, na qual soldados amotinados tentaram depor o presidente Patrice Talon, segundo informações divulgadas pelo governo do Benin nesta segunda-feira.
Os soldados chegaram perto o suficiente para que Talon testemunhasse confrontos violentos e também conseguiram sequestrar dois altos oficiais militares que só foram libertos na manhã de segunda-feira, 8/12.

Os soldados amotinados, oriundos da base militar de Togbin, iniciaram o ataque antes do amanhecer de domingo, dirigindo-se primeiro à casa do General Bertin Bada, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Talon, segundo o comunicado.
A esposa de Bada foi morta nos confrontos que se seguiram, embora o próprio Bada tenha conseguido escapar, segundo informações. Os soldados conseguiram capturar o General Abou Issa, chefe do Estado-Maior do Exército, e o Coronel Faizou Gomina, que foram libertados na manhã de segunda-feira (8/12) na cidade de Tchaourou, no norte do país, segundo o comunicado.
Nigerian Air Force’s (NAF) empregou caças JF-17 Thunder, além de aeronaves A-29B Super Tucano para atacar Cotonou (maior cidade do país) e outras regiões, com ordem direta do Presidente da Nigéria Asiwaju Bola Ahmed Tinubu. Isto acontece após o Presidente Patrice Talon do Benin, ter solicitado apoio imediato da Nigéria para conter rebeldes. Em Cotonou, foram ouvidas explosões quando dois caças vindos do território nigeriano lançaram ataques aéreos contra a base militar de Togbin, na cidade.
Segundo informações, os ataques nigerianos imobilizaram veículos blindados e não resultaram em perda de vidas. O comunicado do governo afirmou que os amotinados se deslocaram da residência de Talon para a emissora de televisão estatal, que controlaram temporariamente antes de serem expulsos. Em seguida, retornaram à base militar de Togbin, conforme o comunicado, onde foram cercados por soldados e alvejados por ataques aéreos da NAF. O paradeiro do Coronel Tigri Pascal, identificado como o líder do golpe, permanece desconhecido.

Uma força especial da Costa do Marfim chegou no final do domingo “para se posicionar em Cotonou e tomar novas medidas, se necessário”, informou a nota. Não foi divulgado o número de mortos, embora o comunicado afirmasse que houve baixas “em ambos os lados” quando os amotinados tentaram capturar Talon em sua residência, entrando em confronto com membros da Guarda Republicana.
A última intervenção da Nigéria no exterior ocorreu em 2017, quando o presidente gambiano Yahya Jammeh se recusou a renunciar após perder as eleições. A força regional enviada à Gâmbia não se envolveu em nenhum combate, pois Jammeh capitulou rapidamente.
A Nigéria respondeu de forma muito menos agressiva aos recentes golpes de Estado no Mali, em Burkina Faso e no vizinho Níger. Quando soldados derrubaram o presidente da Guiné-Bissau no mês passado, o governo do presidente Bola Tinubu condenou o golpe e solicitou o retorno à ordem constitucional.
Mas a perspectiva de um governo militar hostil assumir o poder no Benin, país que faz fronteira com o território nigeriano alvo de grupos jihadistas, era demais para suportar, disse Mucahid Durmaz, analista sênior para África do grupo de inteligência de risco Verisk Maplecroft. O ataque de 7/12 resultou no fim da rebelião.
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